Laura Yorke |
É comum se ouvir falar a respeito do altruísmo do amor materno e do que é capaz, quando se trata de preservar a vida ou a felicidade dos filhos.
O caso de Michelle é um desses. Ela, o marido e o filho de seis anos, haviam acabado de se mudar para a casa dos seus sonhos.
Estilo colonial, cinco quartos, terreno espaçoso.
O menino começara a freqüentar o Jardim de Infância e a ocasião era ideal para ter um segundo filho.
Nos seus 6 anos, James acreditava que Deus ouvira suas preces e um irmão ou irmã estava a caminho.
Tudo era esperança e alegria, até o médico suspeitar da existência de um tumor na mama direita de Michelle.
Ela só conseguia pensar:
-Eu vou morrer. Eu quero ficar com o meu filho. Eu não vou contar aos meus pais que tenho câncer.
O diagnóstico veio após três biópsias e uma ultrassonografia.
O tumor tinha menos de um centímetro e era receptor de estrogênio positivo.
O que deveria ser uma vantagem, no caso de Michelle, grávida, significava que ele se alimentaria da maior quantidade possível de estrogênio em sua corrente sangüínea.
Quer dizer: ele cresceria com acelerada rapidez.
A especialista a quem foi encaminhada aconselhou que ela interrompesse a gravidez.
Isso lhe permitiria extirpar o tumor e se submeter à quimioterapia. Ela poderia voltar a engravidar em cinco anos.
- Por que tirar o meu bebê? Pensava Michelle.
Por que devo eliminar meu filho para eu viver?
Por que não posso optar por uma mastectomia e ficar com meu bebê?
Finalmente, para desespero de seu marido e de sua irmã, que acompanhava o caso, Michelle optou por se submeter a uma mastectomia.
Ela poderia amamentar seu filho, porque não faria radiação nem quimioterapia.
E encontrou um aliado em sua luta pela vida. Seu obstetra estava disposto a apoiá-la.
Essa decisão significava que não teria que eliminar a vida que pulsava em seu ventre.
E como pulsava.
Quando despertou, após realizada a cirurgia para a retirada total da mama direita, seu marido chorava ao seu lado.
O obstetra entrou e colocou o monitor fetal para escutar as batidas cardíacas do bebê.
Estaria tudo bem com ele? A expectativa era enorme. O silêncio ainda maior.
Então, o monitor disparou e o som das batidas daquele coraçãozinho parecia gritar:
-Obrigado. Obrigado.
Michael nasceu perfeito e saudável.
Três anos depois, até a dolorosa e demorada reconstituição da mama está superada pela alegria dos filhos e do marido.
Michael é um apaixonado pelo irmão. Abraça-o muitas vezes e diz:
-James, meu irmão!
Quando Michelle contempla essa cena, sua voz falseia.
Ela recorda que poderia ter perdido tudo isso.
E agradece a Deus por ter feito a correta opção. Por ter atendido ao amor e preservado, embora com grande sacrifício, a sua e a vida de seu filho.
Quando ora a Deus, não somente externa seus agradecimentos, mas especialmente lhe diz:
- Obrigada, meu Deus, por eu ter escutado a voz da vida. Obrigada pela minha vida, pela vida de Michael.
Redação do Momento Espírita com base no artigo
Cheia de vida, de Laura Yorke, de Seleções
do Reader´s Digest, de janeiro.2006.
Em 03.11.2008.
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