terça-feira, 4 de julho de 2017

DECISÃO ACERTADA

Laura Yorke
É comum se ouvir falar a respeito do altruísmo do amor materno e do que é capaz, quando se trata de preservar a vida ou a felicidade dos filhos. O caso de Michelle é um desses. Ela, o marido e o filho de seis anos, haviam acabado de se mudar para a casa dos seus sonhos. Estilo colonial, cinco quartos, terreno espaçoso. O menino começara a freqüentar o Jardim de Infância e a ocasião era ideal para ter um segundo filho. Nos seus 6 anos, James acreditava que Deus ouvira suas preces e um irmão ou irmã estava a caminho. Tudo era esperança e alegria, até o médico suspeitar da existência de um tumor na mama direita de Michelle. Ela só conseguia pensar: 
-Eu vou morrer. Eu quero ficar com o meu filho. Eu não vou contar aos meus pais que tenho câncer. 
O diagnóstico veio após três biópsias e uma ultrassonografia. O tumor tinha menos de um centímetro e era receptor de estrogênio positivo. O que deveria ser uma vantagem, no caso de Michelle, grávida, significava que ele se alimentaria da maior quantidade possível de estrogênio em sua corrente sangüínea. Quer dizer: ele cresceria com acelerada rapidez. A especialista a quem foi encaminhada aconselhou que ela interrompesse a gravidez. Isso lhe permitiria extirpar o tumor e se submeter à quimioterapia. Ela poderia voltar a engravidar em cinco anos. 
- Por que tirar o meu bebê? Pensava Michelle. Por que devo eliminar meu filho para eu viver? Por que não posso optar por uma mastectomia e ficar com meu bebê? 
Finalmente, para desespero de seu marido e de sua irmã, que acompanhava o caso, Michelle optou por se submeter a uma mastectomia. Ela poderia amamentar seu filho, porque não faria radiação nem quimioterapia. E encontrou um aliado em sua luta pela vida. Seu obstetra estava disposto a apoiá-la. Essa decisão significava que não teria que eliminar a vida que pulsava em seu ventre. E como pulsava. Quando despertou, após realizada a cirurgia para a retirada total da mama direita, seu marido chorava ao seu lado. O obstetra entrou e colocou o monitor fetal para escutar as batidas cardíacas do bebê. Estaria tudo bem com ele? A expectativa era enorme. O silêncio ainda maior. Então, o monitor disparou e o som das batidas daquele coraçãozinho parecia gritar:
-Obrigado. Obrigado. 
Michael nasceu perfeito e saudável. Três anos depois, até a dolorosa e demorada reconstituição da mama está superada pela alegria dos filhos e do marido. Michael é um apaixonado pelo irmão. Abraça-o muitas vezes e diz: 
-James, meu irmão! 
Quando Michelle contempla essa cena, sua voz falseia. Ela recorda que poderia ter perdido tudo isso. E agradece a Deus por ter feito a correta opção. Por ter atendido ao amor e preservado, embora com grande sacrifício, a sua e a vida de seu filho. Quando ora a Deus, não somente externa seus agradecimentos, mas especialmente lhe diz: 
- Obrigada, meu Deus, por eu ter escutado a voz da vida. Obrigada pela minha vida, pela vida de Michael. 
Redação do Momento Espírita com base no artigo Cheia de vida, de Laura Yorke, de Seleções do Reader´s Digest, de janeiro.2006. Em 03.11.2008.

Nenhum comentário:

Postar um comentário