quarta-feira, 26 de julho de 2017

AVÓS

Uma avó, dizem, é uma mãe com açúcar. Um avô é um pai com doce de leite. Quase sempre os filhos se perguntam por que é que os seus pais, na qualidade de avós, deixam seus netos fazerem coisas que não permitiram a eles, filhos. Por que é que os netos, enfim, gostam, tanto da casa dos avós? Um garoto de seus nove para dez anos, escreveu certa vez: Uma avó é uma mulher velhinha que não tem filhos. Ela gosta dos filhos dos outros. Um avô é um homem-avó. Ele leva os meninos para passear e conversa com eles sobre pescaria e outros assuntos parecidos. As avós não fazem nada e por isso podem ficar mais tempo com a gente. Como elas são velhinhas, não conseguem rolar pelo chão ou correr. Mas não faz mal. Elas nos levam ao shopping e nos deixam olhar as vitrinas até cansar. Na casa delas têm sempre um vidro com balas e uma lata cheia de suspiros. Elas contam histórias de nosso pai ou nossa mãe quando eram pequenos, histórias da Bíblia, histórias de uns livros bem velhos com umas figuras lindas. Passeiam conosco mostrando as flores, ensinando seus nomes, fazendo-nos sentir o perfume. Avós nunca dizem “Depressa!”, “Já pra cama!”, “Se não fizer logo, vai ficar de castigo.” Normalmente, as avós são gordinhas, mas, mesmo assim elas nos ajudam a amarrar os sapatos. Quase todas usam óculos e eu já vi uma tirando os dentes e as gengivas. Quando a gente faz uma pergunta, a avó não diz: “Menino, não vê que estou ocupada!” Ela para, pensa e responde de um jeito que a gente entende. As avós sabem um bocado de coisas. As avós não falam com a gente como se fôssemos umas criancinhas idiotas, nem apertam nosso queixo dizendo “Que gracinha!”, como fazem algumas visitas. Quando elas leem para nós, não pulam pedaços das histórias, nem se importam de ler a mesma história várias vezes. O colo das avós é quente e fofinho, bom de a gente sentar quando está triste. Todo mundo devia tentar ter uma avó, porque são os únicos adultos que têm tempo para nós. 
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Esta pode ser simplesmente a visão de um menino, mas convenhamos que contém muitas verdades. Os netos gostam dos avós porque eles são doces. Ao longo dos anos, amadureceram os sentimentos, e amam de uma forma mais serena, com doçura. Por isso fazem aos netos muitas coisas que não fizeram aos seus filhos. Também porque, quando se tornaram pais, eram jovens, inexperientes, estavam preocupados em sustentar a família, em educar bem os filhos, em tantas coisas que não lhes sobrava tempo para o que hoje fazem com seus netinhos. 
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Na educação dos nossos filhos, não desprezemos as experiências de nossos próprios pais que nos conduziram a vida, até os dias presentes, ensejando-nos ser homens e mulheres dignos. Bebamos da sua sabedoria e os tornemos nossos aliados, nesse extraordinário e maravilhoso processo que se chama educação. Processo que mais primoroso será quanto mais amor houver para ser dividido e multiplicado. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. O que é uma avó, de autor desconhecido, do livro Histórias para aquecer o coração das mães, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Jennifer Read Hawthorne e Marci Schimoff, ed. Sextante. Em 24.9.2014.

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