sábado, 29 de julho de 2017

UMA DEFINIÇÃO NECESSÁRIA

AMÉLIA RODRIGUES
Jesus veio à Terra em um período de grande impiedade e desesperança. O domínio dos poderosos era cruel e implacável. Segundo a narrativa evangélica, a palavra e a pessoa de Jesus representaram um lenitivo geral. De repente havia esperança de cura e conforto. Deus era anunciado como Pai amoroso e sábio, não como um Senhor terrível e vingativo. Era possível confiar no futuro. Mesmo o presente já se apresentava promissor, com a perspectiva de notáveis curas e transformações. A canção da paz e da ventura soavam arrebatadoras naqueles lábios puros. O povo ficou ébrio de esperança. Todos se viam logo adiante saciados, socorridos, alimentados e felizes. Entretanto, não se davam conta da contribuição pessoal que deveriam dar em favor da nova ordem social. Mas Jesus em tempo sinalizou que a bem-aventurança tinha um preço. Perante a incompreensão geral, disse não ter vindo trazer à Terra a paz, mas a espada. Que poria em dissensão o filho contra seu pai, a filha contra sua mãe. Que os inimigos do homem seriam os seus familiares. Que quem não tomasse a sua cruz e O seguisse, dEle não seria digno. Não se há de imaginar o Senhor da brandura e da bondade convertido em um guerreiro infeliz, um vassalo da loucura. Essas singulares palavras sinalizaram a necessidade de separar-se a verdade da impostura. Elas anunciaram que, em incontáveis famílias, alguns dos membros o amariam, enquanto outros o detestariam. Jesus lançou ao futuro a advertência de ser necessário preferir Deus a Mamom. Alertou que o dever e a transparência constituem requisitos indispensáveis para quem deseja a Sua paz. Deixou claro que a condição de cristão é incompatível com a vivência corrupta e acomodada. O Messias Divino ateou o fogo purificador da verdade, para desespero de muitos. A linguagem era forte e anunciava um testemunho difícil. A mensagem cristã implica a necessidade de uma definição de rumos. Pelo bem ou contra ele, não sendo possível uma postura de hipocrisia e conivência. A figura de Jesus permanece sedutora e a Sua mensagem segue atual. Incontáveis se afirmam cristãos e anelam pela paz do Senhor. Entretanto, hesitam no testemunho necessário. Malgrado suas crenças, vivem de forma impiedosa, promíscua e desleal. O Cristianismo representa a Boa Nova, o advento da paz e da ventura como consequência da vida reta e generosa. Não se trata de um milagre ou de um favor. Primeiro a criatura se define pelo bem e se esforça para vivê-lo. A paz e a plenitude surgem como resultado natural. Pense nisso. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 17, do livro A mensagem do amor imortal, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. Em 3.4.2015.

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