segunda-feira, 18 de julho de 2016

COLHEITA ABENÇOADA

Joey era uma criança com desenvolvimento aparentemente adequado até que, aos onze anos, foi acometido de Síndrome do Pânico. Mostrava um medo profundo de lugares abertos e públicos e ficou quase um ano confinado ao quarto. Após onze meses de tentativas de tratamento, finalmente, um psiquiatra lhe receitou o remédio que apresentou efeito terapêutico adequado. A causa desse distúrbio psíquico, disseram os médicos, fora uma disfunção de aprendizado não percebida, que acabara por se refletir em sua área psicológica. Com o controle da Síndrome do Pânico os pais enfrentaram um novo desafio: encontrar uma escola especializada em disfunções de aprendizado. No entanto, as escolas contactadas não o aceitavam, alegando que seus alunos possuíam apenas distúrbios educacionais e não emocionais e que não estavam preparadas para recebê-lo. A mãe desejava matriculá-lo em uma escola que ficava perto de sua casa e que desfrutava de excelente reputação. Mas a matrícula foi várias vezes negada. Certa noite, a mãe compareceu a uma festa de caridade. Sentou-se ao lado de uma mulher chamada Bárbara, que ela conhecia vagamente. Repentinamente, sem saber como, a genitora do garoto se viu abrindo o coração àquela senhora, sobre as dificuldades em matricular seu filho. Ao final da narrativa, Bárbara, emocionada, disse-lhe, para sua surpresa, que era vizinha do fundador e diretor da escola desejada, além de contribuir para a mesma. Prometeu-lhe ajuda. Através de sua influência, Joey foi finalmente aceito para o ano seguinte e, durante o tempo que lá estudou teve excelente aproveitamento, figurando, pela primeira vez na vida, entre os melhores alunos. Um ano após aquele encontro o marido de Bárbara faleceu. A mãe de Joey compareceu ao funeral e, ao ver uma mulher ao lado da viúva, indagou sua identidade a uma pessoa. Era a filha de Bárbara. Neste momento a emoção foi imensa. Sua memória voltou vinte e cinco anos no tempo. Lembrou-se de sua viagem de formatura de segundo grau. Ela se oferecera para dividir o quarto com uma aluna que entrara em sua turma naquele ano. Chamada de retardada pelas colegas, a caloura sofria forte preconceito. Seus olhos se encheram de lágrimas: vinte e cinco anos antes ela ajudara, voluntariamente, a filha de Bárbara e, há um ano, sem nada saber, esta ajudara seu filho! 
 * * * 
Talvez nossa mente ainda não tenha a capacidade de reter todas as lembranças vivas no que chamamos de memória, mas, felizmente, a memória Divina é infalível. Quando fazemos o bem sem interesse oculto, o feito não passa despercebido. A Lei de Causa e Efeito jamais falha, mesmo que muito tempo se passe, pois o tempo nada significa na imensa jornada que nosso Espírito empreende em busca de sua evolução. Todo o bem que fazemos a outrem é como semente que plantamos e cujos frutos, cedo ou tarde, haveremos de colher. Pensemos nisso! 
Redação do Momento Espírita, com base no artigo intitulado A semeadura, de José Ferraz, publicado na Revista Presença Espírita de novembro/dezembro de 2009, ed. LEAL. Em 14.7.2015.

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