sábado, 16 de julho de 2016

UM COLAR VALIOSO

Usar, por alguns dias, a pulseira da mãe, era o sonho de consumo do pequeno Rick, de seis anos de idade. Eles eram pobres e a pulseira não tinha muito valor, mas tanto o garoto insistiu que a mãe lhe entregou, mas recomendou que tomasse cuidado. Rick colocou o cordão no pulso e se sentiu o homem mais feliz do bairro. Jogava futebol com os amigos, de pulseira. Ia comprar pão, com a pulseira e na escola ele exibia sua preciosidade sempre que podia. As semanas se passaram e, como sempre acontece com as crianças, um dia aconteceu com Rick. Uma distração e ele se deu conta de que havia deixado a pulseira em algum lugar. Procurou por todos os cantos e... nada. Ele estava sozinho em casa. A mãe estava no trabalho. Mas, e quando ela chegasse, como lhe contaria a tragédia? Mil preocupações surgiram naquela cabeça infantil. E a mais cruel era a de ter perdido o que ele considerava ser o único tesouro da sua mãe. Depois de muitas cogitações, ele tomou uma difícil decisão: iria embora de casa. Jogou algumas roupas dentro da velha sacola e saiu porta afora. Não foi muito longe e ouviu uma voz bem conhecida... Era o Sr. Severino, um velhinho bom que morava na vizinhança. 
-Ei, aonde você vai com essa trouxa nas costas, Rick? 
Preocupar-se com os filhos alheios não é muito comum nos grandes centros mas, nos vilarejos de gente pobre, os vizinhos se importam uns com os outros. 
-Vou embora. Respondeu, cabisbaixo, o menino. 
-Mas a sua mãe não está em casa. É melhor você esperar que ela chegue, senão ela ficará aflita quando não o encontrar. 
O garoto costumava ouvir os mais velhos, então voltou, é claro, na companhia do velho Severino. Quando a mãe chegou já estava escuro. Mal entrou e já sentiu algo no ar, pois as mães sempre sentem quando tem alguma coisa errada com seus filhos. 
-O que houve, Sr. Severino? Perguntou logo. 
Ele se aproximou e lhe falou baixinho o que havia acontecido. Ela, já em lágrimas, entrou no quarto, onde o pequeno Rick estava escondido e o abraçou com ternura. 
-Meu filho, você ia embora sem avisar a mãe? Por que ia fazer isso, meu anjo?
-Mãe, lembra daquela pulseira que você me emprestou e me pediu para ter cuidado? 
-Sim, disse a mãe! 
-Eu não sei como aconteceu, mas perdi, mãe. Quando notei, eu procurei, procurei, mas não achei. Então fiquei com medo e com vergonha, e por isso eu ia embora de casa, pra não ver você triste. 
-Ora filho, eu ia ficar muito triste se você tivesse ido. Nunca mais pense nisso! 
-E a pulseira? Perguntou, mais aliviado. 
-Ah, meu anjo, aquela pulseira tinha pouco valor. Um dia, quem sabe, nós compremos outra. 
-Mãe, eu quero lhe dar um belo colar. Você sabe quanto custa um? 
-Não faço ideia, mas eu já tenho o colar mais valioso do mundo. E sabe qual é? 
-Não, mãe, eu nunca vi você de colar. 
-Pois bem, disse a mãe, puxando os bracinhos do filho e os envolvendo no pescoço. Filho, o seu abraço é o colar mais valioso do mundo, para mim. E eu desejo tê-lo para sempre. Promete que nunca mais vai pensar em ir embora? 
Rick sorriu, aliviado, e encheu o rosto da mãezinha de beijos. 
 * * * 
Não há tesouro mais valioso do que os filhos. Um filho é a prova da confiança de Deus aos pais. Mas os filhos nem sempre sabem que são valiosos para seus pais. É preciso dizer isso a eles, sempre. E você, já disse isso ao seu filho, hoje? 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 11, ed. Fep. Em 29.07.2011.

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