quarta-feira, 11 de novembro de 2015

AUTÊNTICA CORAGEM

Há muita falta de coragem nos dias que correm. Não a coragem que significa bravura em face de um grande perigo qual foi a do lendário Teseu, na Grécia, que se decidiu a enfrentar o terrível Minotauro, na ilha de Creta, para libertar o seu povo da maldição que lhe impusera o rei Minos. Esse rei, como represália pela morte de seu filho na Grécia, em circunstâncias estranhas, jamais explicadas, passou a exigir a cota anual de sete moças e sete moços dos mais belos e requisitados de Atenas para servirem de pasto ao seu monstro, afinal enfrentado e derrotado por Teseu, filho do rei Egeu. Falamos da coragem de assumir os próprios erros, de tomar posturas frente a situações, qual seja a paternidade responsável. Quantos, em nome de preconceitos ou comodismo, não o tem feito. Coragem é definida também como a defesa do que é justo, correto, verdadeiro. Quantos temos essa coragem? Recordamos de Jesus, postando-se ao lado da mulher adúltera e, por reconhecer que o julgamento era injusto, arbitrário, pois somente apresentava um dos réus, a defende. Não pelo seu ato, pois lhe recomenda que não torne a repeti-lo, convidando-a a uma nova vida nobre e digna. Mas defende, em verdade, a reforma de uma lei, com seu gesto e suas palavras, motivando os homens de então a uma séria reflexão e revisão dos conceitos vigentes.
Coragem tamanha teve Gandhi, o líder indiano, tomando a defesa de seu povo, lutando pelo que acreditava correto e verdadeiro. E frise-se, uma luta sem sangue, sem guerra. Foi luta de ideias, demonstrando fortaleza moral. Tudo para libertar o seu povo do domínio inglês. E o conseguiu. Coragem semelhante teve, nos Estados Unidos, Rosa Parks, uma mulher negra. Cansada das humilhações porque passavam ela e os seus irmãos, naquele país, resolveu lutar. Sua luta resumiu-se a se negar ceder o lugar no ônibus para os brancos, simplesmente pelo fato de ela ser negra e assim dizer a lei. Enfrentou os que estavam no ônibus, o motorista, tudo. Permaneceu sentada, dizendo dos seus direitos como ser humano que trabalhava, havia pago sua passagem, como todos os demais, estava cansada e não via motivo algum para proceder diferente. Não se tratava de ceder o lugar a um idoso, a um deficiente, a uma mulher grávida ou com criança ao colo. Era uma questão de cor da pele. Injusta, portanto. Foi presa e julgada. Sofreu, sim. Mas sua coragem conseguiu que a lei fosse revista e mais tarde revogada. Coragem de lutar, de afirmar-se honesto, fiel a bons propósitos, coragem para vencer - eis o de que necessita o mundo atual.
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Ante comentários assim: Sofro muito. Detesto a vida. Não me mato porque me falta coragem, pense: é necessária muita coragem para se viver todos os dias, com dignidade, enfrentando as lutas e os óbices, vencendo tudo e a si mesmo. Quando ouça: Sei que está errado, mas não tenho coragem de falar, pense: não defender o que é correto, verdadeiro, pode redundar em prejuízo para muitos. Se todos desejamos um mundo melhor, mais pleno e justo, lutemos para implantá-lo, com nossas ações, em todas as oportunidades que se façam presentes. 
Redação do Momento Espírita. Em 25.1.2013.

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