terça-feira, 28 de julho de 2015

AO NOSSO ALCANCE

Certa vez ouvimos uma fábula que nos fez refletir acerca dos ensinamentos que continha. Tratava-se de um incêndio devastador que se abatera sobre a floresta. Enquanto as labaredas transformavam tudo em cinzas, os animais corriam na tentativa de salvar a própria pele. Dentre os muitos animais, havia uma pequena andorinha que resolveu fazer algo para conter o fogo. Sobrevoou o local e descobriu, não muito longe, um grande lago. Sem demora, começou a empreitada para salvar a floresta. Agindo rápido, voou até o lago, mergulhou as penas na água e sobrevoou a floresta em chamas, sacudindo-se para que as gotas caíssem, repetindo o gesto inúmeras vezes. Embora não tivesse tempo para conversa fiada, percebeu que uma hiena a olhava e debochava da sua atitude. Deteve-se um instante para descansar as asas, quando a hiena se aproximou e falou com cinismo: 
- Você é muito tola mesmo, pequena ave! Acha que vai deter o fogo com essas minúsculas gotas de água que lança sobre as chamas? Isso não produzirá efeito algum, a não ser o seu esgotamento. 
A andorinha, que realmente desejava fazer algo positivo, respondeu: 
- Eu sei que não conseguirei apagar o fogo sozinha, mas estou fazendo tudo o que está ao meu alcance. 
E, se cada um de nós, morador da floresta, fizesse uma pequena parte, em breve conseguiríamos apagar as labaredas que a consomem. A hiena, no entanto, fingiu que não entendeu, afastou-­se do fogo que já estava bem próximo, e continuou rindo da andorinha. Assim acontece com muitos de nós, quando se trata de modificar algo que nos parece de enormes proporções. Às vezes, imitando a hiena, costumamos criticar aqueles que, como a andorinha, estão fazendo sua parte, ainda que pequena. É comum ouvirmos pessoas que reclamam da situação e continuam de braços cruzados. De certa forma é cômodo reclamar das coisas sem envolver-se com a solução. No entanto, para que haja mudanças de profundidade, é preciso que cada um faça a parte que lhe cabe para o bem geral. Reclamamos da desorganização, da burocracia, da corrupção, da falta de educação, da injustiça, esquecendo-nos de que a situação exterior reflete a nossa situação interior. Não há possibilidade de fazer uma sociedade organizada, honesta e justa se não houver homens organizados, honestos e justos. Em resumo, para moralizar a sociedade, é preciso moralizar o indivíduo, que somos cada um de nós, componentes da sociedade. Se fizermos a nossa parte, sem darmos ouvidos às hienas que tentarão desanimar a nossa disposição, em breve tempo teremos uma sociedade melhorada e mais feliz. Redação do Momento Espírita. Em 15.07.2009.

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