domingo, 19 de julho de 2015

ANTES QUE SEJA TARDE

DIVALDO PEREIRA FRANCO
E
JOANA DE ÂNGELIS
É bastante comum pessoas, no leito de morte, desejarem aliviar a consciência. Fazem confissões apressadas de erros passados, pedindo e esperando perdão. Acreditam que, por estarem partindo, tudo será perdoado e esquecido. Não é verdade. Em algumas circunstâncias, revelações das faltas cometidas deixam, nos corações dos que ficam na Terra, muita mágoa e azedume. Mágoa e azedume que, como vibrações negativas, chegarão ao Espírito liberto, perturbando-o, na vida espiritual. Outros, antevendo a proximidade da morte, apresentam suas últimas vontades. Dessa forma, os que os assistem nessa hora final, ficam constrangidos a executá-las, gerando-lhes, por vezes, muitos incômodos. Moribundos há que desejam falar, mas não dispõem de voz, debatendo-se em aflição. Por tudo isso, pensa e age de forma diversa. Se sabes que um dia a morte te arrebatará o corpo, providencia já o que acredites necessário. Não faças, nem alimentes inimigos. Perdoa sempre. Desfaz, quanto antes, o mal entendido, para que, depois da morte, não venhas a te perturbar, por causa de remorsos, que serão tardios. Se desejas presentear alguém com o que te pertença, ou almejes adquirir, providencia de imediato. Não aguardes o tempo futuro. Ele poderá não te chegar. Faz testamento, regulariza a doação. Executa tua vontade, agora. Se pensas em reparar erros do ontem, toma logo a atitude. Não relegues a outrem o acerto dos teus desatinos. E, para que não te arrependas, depois da partida, não economizes palavras e gestos aos teus amores. Acarinha, abraça, beija. Após o desenlace, poderás desejar o retorno para dar recados e falar do amor que nunca expressastes na Terra. Poderá ocorrer que a Divindade não te permita. Ou que não tenhas as condições para a manifestação. Ou não encontres a quem falar e dizer. Por ora, podes falar e agir. Faze-o. Depois da morte, precisarás contar com quem te interprete o pensamento, quem te deseje ouvir, te sintonize. E lembra que se não semeares afeições e simpatias, enquanto no trânsito carnal, não terás frutos a recolher na Espiritualidade. Nem quem te recorde no mundo. Se almejas fazer o bem, servindo à comunidade, prestando serviço voluntário, engaja-te hoje ainda. Não aguardes aposentadoria. Dá hoje a hora que te sobra ou conquistas, entre os tantos compromissos agendados, porque poderá acontecer que não venhas a gozar os dias que esperas. Ou que, por circunstâncias que independam da tua vontade, necessites alongar a jornada profissional por mais alguns anos. Vive intensamente. Matricula-te no curso de idiomas, na aula de música, pintura, bordado. Esmera-te no aprendizado para que, ao partir, leves contigo uma grande bagagem. De braço dado com quem amas, realiza a viagem sonhada. E fotografa tudo com o coração, para não esquecer nenhum detalhe. A máquina fotográfica poderá falhar, por defeito técnico ou inabilidade de quem a manuseia. Mas o teu coração não esquecerá jamais o que viveu amorosamente. Feito tudo isso, se a morte chegar, de rompante ou te abraçar de mansinho, poderás seguir sem traumas, sem medos, em paz. E em paz deixarás os teus familiares, os teus amigos, os teus colegas e conhecidos. Pensa nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Antes da desencarnação, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 31.10.2011.

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