terça-feira, 14 de julho de 2015

ANTE O SOFRIMENTO

ALLAN KARDEC
Quando as dores nos cheguem com intensidade maior e a soma das dificuldades nos parecer insuperável, acolhamo-nos em prece. Alcemos o pensamento a Jesus, Médico e Amigo, e roguemos novas forças a fim de que não venhamos a soçobrar, a meio do caminho. Recordemos que, antes de nós, milhares de criaturas vivenciaram problemáticas mais ou menos dolorosas que as que nos acometem. E venceram. Venceram as dores, venceram os problemas, agigantaram-se na vitória. Lembremos, ao demais, que outras tantas milhares de criaturas vivem hoje dramas de maior complexidade que os nossos. E prosseguem, embora quase a desfalecer. São os que se encontram muito abaixo da linha da pobreza, a quem falta o pão que lhes possa garantir a subsistência. Alguns deles, pais e mães que, além da sua fome, têm a alma transpassada pelos lamentos dos filhos que lhes pedem algo com que saciar o estômago. Mães que, ante a própria desnutrição, ouvem seus bebês chorarem pelos seios secos que lhes ofertam. Pessoas que sofrem a perda de todos os bens materiais, levados pela força da natureza, que se rebela em terremotos, tsunamis, enchentes e deslizamentos. Doentes terminais ante dores excruciantes que almejariam pudessem cessar e, no entanto, eis que elas não os abandonam, nem se mostram propensas a diminuírem. Talvez pensemos que cada qual sabe de sua própria dor. E é verdade. No entanto, devemos lembrar que a ninguém é concedido fardo maior do que aquele que possa suportar. E, ao demais, como somos ovelhas do aprisco do Celeste Pastor, Ele nos assegurou que, com Ele, todo jugo é suave e todo fardo é leve. Por isso, a oração se faz de importância, colocando-nos em disposição de receber suas bênçãos de amor. Assim fortalecidos, disponhamo-nos a vencer as batalhas que se nos apresentem, uma a uma. Formulemos o propósito de dar um passo a vez, não desejando tudo resolver em uma única empreitada. E, pensando no dia de tantas horas, idealizemos vencer a primeira hora, depois a segunda, até que o dia se complete. E, quando nos prepararmos para o repouso físico, esgotadas as horas do trabalho profissional, das tarefas do lar, do estudo, agradeçamos ao Mestre a etapa vencida. Amanhã, será um novo dia. 
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Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres amados, encontram consolação em a fé no futuro, em a confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Sobre aquele que, ao contrário, nada espera após esta vida, ou que simplesmente duvida, as aflições caem com todo o seu peso e nenhuma esperança lhe mitiga o amargor. Foi isso que levou Jesus a dizer:"Vinde a mim todos vós que estais fatigados, que eu vos aliviarei." Seu jugo é a observância dessa lei. Mas, esse jugo é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade. 
Redação do Momento Espírita com pensamentos finais do item 2, do cap. VI, do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb. Em 15.09.2011.

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