domingo, 5 de maio de 2024

A LUZ

Ele não tinha sombras. 
Ele era Luz. 
Veio para as trevas e as trevas não O reconheceram. 
Brilhou em meio à escuridão mas, os que perceberam Sua luminosidade, nada mais desejaram senão apagar a luz que irradiava. 
Ele não tinha sombras porque era perfeito. 
Nenhum traço de inferioridade lhe manchava a personalidade.
Antes que a Terra exalasse seu primeiro suspiro como um planeta propício à vida, Ele já era. 
Por isso, muitos O julgaram o próprio Incriado e o confundiram com a Divindade. 
Mas Ele, sempre correto, esclareceu, desde o primeiro momento: 
-Eu vim para cumprir a vontade de meu pai, que está nos céus. 
Ele não tinha sombras. 
Nenhuma culpa, nenhum senão lhe maculava o Espírito. 
Por isso, podia estabelecer o convite: 
-Vem e segue-me. 
Senhor do mundo, pastor de um rebanho de almas incultas, eivadas de erros e de viciações morais, veio para as conduzir.
Contudo, nem todos lhe ouviram a voz ou O desejaram seguir naqueles tempos. 
Por isso, Ele prossegue com o insistente chamado, anunciando as bem-aventuranças do reino do Pai. 
Ele era a Luz. 
Os que nada desejavam senão espalhar sua própria sombra, O perseguiram, levantando calúnias, engendrando maldade.
Ele respondia com amor. 
Por onde passava, deixava pegadas luminosas a fim de que os que viessem empós, na fieira do tempo e das vidas, pudessem segui-lO. 
Quando o desejassem, quando lhe pudessem compreender a mensagem.
Falando com a autoridade de quem faz o que recomenda, Ele se dirigia aos Espíritos perturbadores e infelizes, arrancando-os da insensatez. 
A Sua era a mensagem da paz: 
-A minha paz vos deixo, a minha paz vos dou. 
Senhor das estrelas, não amealhou bens perecíveis, antes preocupou-se em conquistar corações para o reino de Deus.
A quem O feria, qual o sândalo que perfuma o machado que o agride, brindava com o aroma da Sua paz. 
De tal forma isso impregnava a criatura que não mais O esquecia. 
E, na poeira do tempo, optava por se entregar a Ele. 
Manso como as pombas, jamais se deixou vencer pelos violentos, a eles respondendo com a dignidade da Sua conduta. 
Ao soldado que O esbofeteou em plena face, indagou, sem medo: 
-Se disse algo equivocado, aponta meu erro. Mas, se nada disse errado, por que me bateste? 
E, quando a hora soou, qual um cordeiro levado ao altar dos holocaustos, 
Ele se entregou, sem reagir. 
E, sozinho, enfrentou o juízo arbitrário dos pigmeus que detinham o poder tolo e temporário: Anás, Caifás, Pilatos. 
Ele era o Senhor do mundo e submeteu-se à justiça comezinha dos homens, ensinando que o exemplo fala mais alto do que as palavras. 
Ele era a Luz. 
Até hoje, Ele brilha e espera. 
Espera que as Suas ovelhas lhe atendam ao chamado, reconheçam a Sua voz e descubram que com Ele não mais haverá noite de solidão e amargura. 
Que com Ele, não haverá sede de justiça porque Ele é a água viva, que dessedenta para sempre. 
Com Ele não haverá carências pois Ele é a plenitude. 
Ele é Jesus, o Filho de Deus, o Bom Pastor das nossas almas. 
Ele é o Enviado, o Messias aguardado no tempo e anunciado por séculos na voz dos profetas. 
Ouçamo-lO. Sigamo-lO. 
Ele é a Luz, o Caminho, a Vida... 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 26, ed. FEP. 
Em 29.10.2019.

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