quinta-feira, 25 de abril de 2024

LUCIDEZ TERMINAL

Eben Alexander
Quantas vezes já ouvimos falar a respeito de pacientes em fase terminal que, de forma repentina, acusam melhora do seu estado, surpreendendo médicos e familiares? 
Quantas vezes ouvimos histórias a respeito de enfermos que, apresentando confusão mental ou demência, desde algum tempo, adquirem plena lucidez, conversando com quem esteja ao lado, de forma plena e consciente? 
Também ouvimos que isso dura pouco. 
Talvez algumas horas, um dia, para depois morrerem. 
Isso é tão verdadeiro que o dito popular denominou tais questões de a melhora da morte. 
Aquele médico, cientista de primeira linha, tinha uma história muito peculiar, vivenciada por ele próprio. 
Não havia explicação científica para o que ele presenciara e o assombrara. 
No entanto, ele não pôde se furtar a admitir a verdade profunda e confortante: somos Espíritos imortais. 
E todos os que nos amamos estamos interconectados, nesta vida e na outra. 
A morte não apaga os luminosos raios da estrela do amor nem destrói os laços do afeto. 
Seu pai estava enfermo há cinco anos e entrara em uma fase bastante difícil, nos últimos vinte e quatro meses. 
Incapaz, demente, sentia muita dor e insistia que queria morrer. 
Não suportava mais viver daquela forma, confessava. 
Então, de repente, pareceu tomado de lucidez. 
Fixou o olhar no pé da cama e se pôs a fazer observações a respeito da vida e da família. 
O filho, John, prestou atenção no que dizia seu velho pai e se deu conta de que ele conversava com alguém. 
Ninguém menos do que a sua mãe, morta há uns sessenta e cinco anos, quando ele era apenas um adolescente.
John pouco ouvira falar a respeito dessa avó, mas agora verificava que seu pai mantinha com ela uma animada conversa.
E pelo tom do diálogo, John deduziu que ela estava dando as boas vindas ao Espírito de seu pai. 
Depois de alguns minutos, o enfermo se voltou para ele com uma expressão totalmente diferente no olhar. 
Nada lembrava aquela alienação dos últimos dois anos. 
Ele sorriu, irradiando uma aura de paz jamais antes apresentada. 
-Durma, papai. – Disse o médico. Descanse, está tudo bem. 
E foi exatamente o que ele fez. 
Fechou os olhos, e se deixou levar, com uma expressão de serenidade no rosto. 
Ele partiu e John guardou a certeza de que a sua avó estivera ali, recebendo nos braços o Espírito do filho do qual se apartara fisicamente há mais de sessenta anos. 
* * * 
Nossos amores não nos abandonam. 
Partem para a pátria espiritual mas mantém os olhos fixos nos que permanecemos por cá, ainda com tarefas a realizar, missões a desempenhar. Periodicamente, nos enviam suas vibrações de bom ânimo, por vezes nos visitam nas asas do sonho, arrefecendo as saudades da separação. 
Finalmente, quando se aproxima o momento da nossa partida, ei-los a postos, encorajando-nos para a grande viagem a empreender. 
Eles vêm nos tranquilizar, falando de sua própria experiência e do que nos espera, do outro lado da vida. 
Estão ali para nos recepcionar, para nos abraçar e nos dizer: Sejam bem-vindos. 
Demorou um pouco mas nos reencontramos. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 31, do livro Uma prova do céu, de Eben Alexander III, ed. Sextante. 
Em 5.4.2017.

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