A pergunta tem várias respostas, com certeza, dependendo a quem é dirigida.
Se a dirigirmos a um casal de namorados, escolherão o local mais romântico.
Talvez um lago, num cair de tarde, que lhes permita observar, enlaçados, o declinar do sol em sua carruagem dourada, a tingir-se com as cores de um rubi.
Ou talvez elejam um campo intensamente florido, uma estrada verdejante, um bosque de odores inebriantes.
As ilustrações, por vezes, mostram os casais enamorados passeando num barco à luz prateada da lua, na noite tranquila.
Os namorados gostam de ficar a sós, mesmo que seja somente para recostarem a cabeça um no peito do outro e ouvirem o pulsar descompassado do coração aos sobressaltos pela paixão que os envolve.
Por sua vez, os amigos preferem lugares onde possam estar devidamente acomodados, todos juntos.
Um local que lhes permita rir, brincar, conversar, até mesmo num tom um pouco mais alto do que o habitual.
Tudo para dar expansão à alegria que sentem em compartilhar, conviver.
Os adolescentes escolherão shoppings, praças de alimentação, uma praia ensolarada, mar aberto.
Para eles, estar com os companheiros é excelente oportunidade de fazer brincadeiras, gritar, exercitar-se, demonstrar as suas habilidades.
As pessoas mais idosas escolherão lugares mais calmos, que lhes permitam cultivar a nostalgia da boa música do seu tempo de juventude.
Talvez um salão para dançar, uma confeitaria para o chá e a troca das experiências.
Um cinema para assistir um bom filme.
Ir ao teatro.
Apreciar uma peça que lhes alimente a alma.
Ir a um concerto.
Um lugar para a conversa descontraída e amiga.
Uma família desejará local mais amplo, que permita abrigar a todos: pais, avós, filhos, irmãos.
E os namorados e namoradas dos filhos, naturalmente.
Um lugar que fale de aconchego, ao mesmo tempo de expansão.
Um local onde, após a refeição, os avós possam se permitir o repouso, os pais possam soltar as crianças para as brincadeiras e eles mesmos possam desfrutar do prazer de um descanso.
Como se vê, sempre, para os encontros, preferimos lugares aprazíveis, que nos falem de bem-estar, tranquilidade, alegria.
De forma muito paradoxal, quando os nossos amores partem para a outra vida, escolhemos o lugar mais triste para os reencontros: o cemitério.
Ali, onde estão sepultados os restos mortais, é que marcamos encontro.
Ali levamos flores.
No túmulo deles, que é onde, de certa forma, ficamos a cogitar eles estejam.
* * *
Se amamos os nossos afetos, não os vinculemos ao cemitério. Concedamos-lhes a liberdade.
Que eles possam desfrutar das venturas da vida espiritual.
Iremos ao cemitério, sim, para a limpeza, a conservação.
Jamais para reencontros.
Esses, façamo-los na intimidade do nosso coração, adornando-o com as nossas melhores vibrações.
Ofereçamos as flores da nossa afeição e, se desejarmos, as do nosso jardim.
Poderemos contemplá-las nas roseiras e as ofertar ou, se preferirmos, colocá-las num vaso, em nossa sala.
Nossos amores, onde quer que estejam, sentirão o perfume que os haverá de envolver, enquanto os abraçamos, com toda ternura, como sempre o fizemos, no cantinho secreto do nosso amor.
Redação do Momento Espírita.
Em 1.11.2014.
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