domingo, 11 de fevereiro de 2024

UMA LINDA HISTÓRIA DE AMOR

DIVALDO PEREIRA FRANCO
E
JOANNA DE ÂNGELIS
O amor tem dimensões ilimitadas. 
Tudo pode. 
Tudo realiza. 
Tudo empreende. 
O verdadeiro amor é capaz dos maiores sacrifícios, para o bem-estar do ser amado. 
Num mundo em que se ouve falar muito em buscar a própria felicidade, em alcançar sonhos pessoais, sem pensar em mais ninguém, a história daquele casal idoso é exemplar. 
Eles viviam felizes, há muito tempo. 
Não tinham filhos. 
Certo dia, quando a senhora estava na cozinha, um acidente aconteceu e ela se viu envolta em chamas. 
O marido atendeu aos seus gritos e, no intuito de salvá-la, acabou por ser também atingido pelo fogo. 
As chamas o envolveram, queimando-lhe os braços, mas permitindo-lhe libertá-la do fogo. 
Quando os bombeiros chegaram, pouco restava da casa. 
A ambulância levou o casal ao hospital. 
Ambos, por seu estado grave, foram internados no Centro de Terapia Intensiva. 
Quando o marido foi liberado, buscou o quarto da sua esposa. 
Ela estava deitada e logo que o viu, manifestou o seu desespero. 
Não desejava mais viver, dizia. 
O fogo atingira todo o seu rosto e ela estava deformada. 
-Sou um monstro! 
Disse ao marido. 
Ele se aproximou do leito e falou: 
-Minha amada, na tragédia que sofremos, meus olhos foram atingidos. Estou cego. Por isso, não se preocupe. Para mim, você continuará linda, como sempre foi. A imagem que tenho guardada em minha mente é a que terei na memória, para o resto dos meus dias. 
-Deus é muito bom. – Completou ela. – Você não precisará contemplar a minha deformidade. 
Abraçaram-se. 
Choraram. 
Mais algum tempo e ei-los de retorno ao novo lar. 
Uma pequena e acolhedora casa. 
Ela passou a ter para com o marido cuidados especiais, considerando a sua deficiência visual. 
Era toda atenção, delicadeza. 
Uma nova seiva de vida parecia circular em suas veias. 
E, todo dia, recebendo aquelas manifestações de amor, ele dizia: 
-Como eu te amo! 
Ela reencontrara razão para continuar a viver e se sentir feliz. 
Vinte anos depois, em uma madrugada, ela abandonou o corpo, rumo à Espiritualidade. 
Amigos solícitos auxiliaram nas tratativas para o sepultamento. 
O marido compareceu sem os óculos escuros e sem sua bengala, andando firme. 
Debruçou-se sobre o corpo da amada, com quem compartilhara os dias por tantos anos, beijou-a inda uma vez e tornou a expressar: 
-Como és linda. Como eu te amo! 
Um amigo mais próximo manifestou a sua surpresa. 
O que acontecera: 
-Algum milagre lhe devolvera a visão, naquele momento de dor? 
-Não, respondeu o homem. Nunca tive problema visual. Assim disse, para que pudéssemos continuar a viver, sem traumas para ela. Acreditando que eu não podia enxergar as sequelas do fogo em seu rosto, pudemos viver felizes por mais vinte anos. Felizes e apaixonados, um ao outro servindo em significativos gestos de amor. 
* * * 
O amor é a mais poderosa expressão do sentimento. 
É de essência divina, por facultar a sublimação dos sentimentos. 
Quando esplende no coração, se faz dínamo gerador de energias propiciadoras de vida, fertilizando os seres. 
Não foi por outra razão que Jesus o transformou no mandamento maior, aquele de mais alto significado, que abrange todas as aspirações e ideais da criatura humana. 
Redação do Momento Espírita, com base em história de autoria ignorada e no cap. 3 do livro Garimpo de amor, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. 
Em 26.5.2014.

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