Feriado nacional.
Dia da Independência do Brasil.
Por todo o país se fazem presentes as comemorações.
São desfiles militares, escolares, civis.
Discursos, bandas, orquestras.
Evoca-se 1822, em verso e prosa.
Enaltece-se Dom Pedro I como o Libertador.
Desde a sua audaciosa desobediência às determinações da metrópole portuguesa, não regressando a Portugal, estava proclamada a Independência do Brasil.
O príncipe tinha suas noites povoadas de sonhos de amor à liberdade.
Desenvolvia no Espírito as noções da solidariedade humana.
Não representava o tipo ideal necessário à realização dos projetos espirituais, mas era voluntarioso.
E ele era a autoridade.
Os patriotas já não pensavam noutra coisa que não fosse a organização política do Brasil.
A imprensa da época concentrava as energias nacionais para a suprema afirmação da liberdade da pátria.
As pessoas viviam a expectativa.
Todos os corações aguardavam.
Então, no retorno da sua viagem a São Paulo, um correio leva ao conhecimento de Dom Pedro as novas imposições das cortes de Lisboa.
Ali mesmo, nas margens do Ipiranga, ele deixa escapar o grito:
-Independência ou Morte!
Sem suspeitar, Dom Pedro era dócil instrumento de um emissário divino, que velava pela grandeza da pátria.
Consumou-se o fato e, logo, os versos do Hino da Independência eram cantados:
Já podeis da pátria filhos,
ver contente a mãe gentil.
Já raiou a liberdade,
no horizonte do Brasil.
A Independência do Brasil foi fruto do intenso trabalho das hostes espirituais junto aos homens.
Muitos homens deram a vida por este ideal.
São passados mais de duzentos anos da nossa Independência.
Olhamos o nosso imenso país, um gigante geográfico e nos indagamos:
-Somos realmente livres?
A verdadeira independência é moral.
Enquanto prosseguem vigentes o jeitinho brasileiro e a Lei de Gerson não seremos livres.
Quando assumirmos nosso papel de homens dignos, corretos, fiéis aos nobres ideais, seremos livres.
Quando o estandarte da solidariedade e da tolerância se implantar em nossos corações, a nossa bandeira verde e amarela tremulará mais bela.
Quando estendermos os braços para o bem da comunidade, as estrelas do pano pátrio brilharão com maior intensidade.
Quando a ordem e a disciplina se instalarem nas ações de todos nós, o branco do pavilhão nacional terá alcançado o verdadeiro sentido: a paz.
Para que o progresso real se instale, é necessário que as individualidades cresçam.
A soma das conquistas pessoais resultará no crescimento coletivo.
Hoje é um excelente dia para se propor a trabalhar pelo nosso gigante.
Dizem que está adormecido, mas só porque os seus filhos dormem.
A mãe gentil que nos recebe nesta etapa da vida no planeta merece-nos o esforço.
Se quisermos, e só se quisermos, poderemos tornar verdadeira, desde agora a assertiva espiritual:
Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho.
Coração que pulsa, que ama, que não relega ao abandono os seus filhos.
E tanto quanto pode, recebe e ampara os filhos de outros solos.
Pátria do Evangelho que irradia o bem, que serve de modelo, que luta pela justiça, pela verdade.
Independência moral.
Crescimento real.
Vamos todos começar neste dia a lutar por tais objetivos?
* * *
Você sabia que Tiradentes, morto em 1792, continuou após a sua morte, a trabalhar pela Independência do Brasil?
Ele estava com o Príncipe Regente Dom Pedro no grito do Ipiranga.
Isso demonstra que os Espíritos, mesmo abandonando a carne, prosseguem nos ideais abraçados.
Os Espíritos, como os homens, amam o torrão que lhes serviu de berço, se interessam pelas coletividades, trabalham pelo bem geral.
Redação do Momento Espírita, com base nos cap. 18 e 19,
do livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho,
pelo Espírito Humberto de Campos, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 6 e
CD Momento Espírita, v. 33, ed. FEP.
Em 29.8.2018.
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