domingo, 30 de maio de 2021

FRUTOS DA CRUELDADE

Quando se observa a enorme diversidade dos animais existentes na Terra, descobre-se como o Pai Celeste foi pródigo em tudo providenciar ao homem. 
Os animais o vestem com suas peles, o alimentam com seus ovos, seu leite, sua carne. Aquecem-no com suas penas e lã. Com alegria, lhe deliciam os ouvidos compondo sinfonias nos ramos das árvores ou aprisionados em gaiolas douradas. Retribuem as carícias com fidelidade extremada, até o sacrifício da própria vida. Em uma palavra, servem o homem. 
E o que tem feito o homem pelos animais? 
Retira de seu habitat as aves, especialmente periquitos e papagaios, corta-lhes as asas para que não alcem vôo. 
E para quê? 
Para servir de brinquedo ao filho? 
Por quanto tempo? 
Para servir de adorno? 
Logo, o bichinho está relegado a um canto, triste. Morre cedo, na maioria das vezes, porque longe da liberdade da sua mata, quando não por doenças que contrai pela alimentação inadequada que recebe. 
Por vezes, descobre-se nos centros urbanos, junto a piscinas improvisadas ou nos jardins, tartarugas e cágados. Também retirados pequenos do seu local de origem, fazem a alegria da criançada... 
Por algum tempo. 
Até crescerem tanto que deixam de ser engraçadinhos. 
Alimentados de forma incorreta, têm os seus cascos amolecidos e acabam sendo entregues, quando o são, a zoológicos da cidade. 
Para que tirá-los da condição de liberdade? 
E os sagüis, os macaquinhos, então!? 
Quanta maldade! 
Para se conseguir retirar o filhote, normalmente sacrificam-se os pais. O filhote passa a viver dentro de estreitos espaços, preso a correntes. Morre de tristeza ou por descuidos. Porque, de um modo geral, as pessoas não se esmeram em saber verdadeiramente como deve o bichinho ser tratado.
Ao lado da maldade de se separar o animal da sua família, do seu habitat, de lhe cercear a liberdade, a maldade maior de acabar paulatinamente com sua espécie. 
Pensemos: os pais são mortos, o filhote não tem com quem cruzar. 
A espécie somente pode perecer, com o tempo. 
Tudo isto demonstra a crueldade do ser humano. 
Crueldade que é fruto do seu egoísmo e do pouco valor que dá à vida.
Onde o respeito à vida, à natureza, ao ser inferior? 
Conscientizemo-nos de que somente alcançaremos a felicidade, quando não venhamos a distribuir o mal, seja para a Terra que nos agasalha, seja para os seres que a habitam. Porque em síntese, toda agressão à natureza redunda em prejuízo para quem a pratica. 
 * * * 
Carl Sagan, astrônomo americano, disse que se fôssemos visitados por um viajante espacial que examinasse nosso planeta, ele possivelmente concluiria que não há vida inteligente na Terra. É que o hipotético viajante iria logo descobrir que os organismos dominantes da Terra estão destruindo suas fontes de vida. A camada de ozônio, as florestas tropicais, o solo fértil, tudo sofrendo constantes ataques. 
Redação do Momento Espírita com base em artigo da Revista Veja, de 27.03.1996 (pág. 85). 
Em 25.01.2008.

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