quarta-feira, 12 de maio de 2021

FRASES INFELIZES

Você seria capaz de recordar as frases que lhe foram ditas na infância e o influenciaram negativamente? 
Isto é, aquelas frases que fizeram com que você se sentisse mal, quase um zero à esquerda? 
É possível que alguns de nós recordemos de uma ou outra que fizeram a nossa infelicidade infantil. E se as recordamos, ainda hoje, passada a infância e adolescência, é porque verdadeiramente nos marcaram. 
Pois bem. 
Quantas vezes, como pais, dizemos aos filhos aquelas coisas mesmas que tanto mal nos fizeram. 
A frase: 
-Como é que você pode ser tão burro! é uma delas. 
De consequências desastrosas para o autoconceito da criança, põe em dúvida, de forma muito clara, a sua capacidade. Afinal burro está associado ao incapaz, ao que não consegue fazer as coisas direito. Ao duvidar da habilidade do filho, os pais lhe passam a sensação de incompetência, que pode acompanhá-lo para a vida toda. Além do que, se abraçar o conceito, a criança poderá passar a se comportar como tal. Tornar-se, de forma proposital, ainda que inconsciente, o incapaz que sugerem que ela seja. 
A frase é pronunciada nos momentos mais nevrálgicos do relacionamento entre pais e filhos. 
A mãe entra na sala e descobre o pequeno pendurado na janela. Ela já lhe falou, pelas suas contas, mais de mil vezes, para não subir. Assustada, com medo, ela corre, puxa o pequeno para dentro e larga a frase, acrescentando: 
-Já não lhe falei? Você não consegue aprender? 
Melhor do que tal explosão, seria tornar a explicar à criança o perigo que ela corre repetindo aquele gesto. 
Se contarmos até dez, dominarmos o nosso medo, com habilidade poderemos tirar a criança do perigo e lhe dizer: 
-Janela não foi feita para subir. 
Colocamos os limites, sem agredir. Falamos da realidade da janela e dos perigos que ela representa, sem descer à questão da capacidade do pequeno em julgar se pode ou não subir ali sem problema. 
É interessante considerar que todos almejamos que nossos filhos progridam e somos nós mesmos os que lhes colocamos obstáculos, criando-lhes situações plenamente dispensáveis. 
 * * * 
Educar é tarefa que requer esforço desde que nós mesmos ainda estamos um pouco longe de sermos educados. 
Comecemos por nos educar a fim de que a educação dos nossos filhos se dê em clima de segurança, amor e respeito. 
Lembremos que a missão de pais é um dever muito grande, que implica, mais do que pensamos, nossa responsabilidade para o futuro. 
E verifiquemos que Deus deu à criança uma organização débil e delicada, para facilitar a tarefa dos pais, tornando-a mais acessível a todas as impressões. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 04.06.2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário