Uma passada rápida pelas redes sociais, tão comuns atualmente, basta para que nos deparemos com milhares de fotografias que, diariamente, são postadas na rede mundial de computadores.
São retratos de momentos em família, de amigos reunidos, de festas diversas, de reencontros, além dos autorretratos.
E nas fotografias, milhões de rostos.
Em alguns deles, há estampada indescritível alegria. Em outros, um olhar fugaz de surpresa. Em outros, ainda, um semblante nostálgico, saudoso, contemplador.
Mas nem sempre a expressão da face, eternizada através da fotografia, representa aquilo que nos vai no coração.
E se houvesse um aparelho capaz de nos fotografar a alma?
Quantos sorrisos seriam de verdadeira felicidade e não, como muito acontece, apenas máscaras para esconder a dor da solidão, da frustração, do arrependimento, da falta de esperança?
Quantos semblantes seriam verdadeiramente serenos, quando, em verdade, o foro íntimo se agita pelas águas densas e turbulentas das emoções e paixões humanas?
Tão singular aparelho nos representaria os mais profundos, porém verdadeiros sentimentos que nos moldam o estado de espírito e que, por diversas vezes somos obrigados a disfarçar por conta das convenções sociais.
Vivemos numa sociedade na qual somos ensinados que demonstrar nossos medos, incertezas e angústias é sinal de fraqueza.
Uma sociedade que diz que homem não chora, que busca sempre rostos felizes, que nos aponta ideais inatingíveis de beleza, felicidade e ilusões materiais.
Uma sociedade que não nos prepara para a dor, para recebermos os tantos nãos que a vida nos oferece, para a difícil compreensão de que nem sempre somos vencedores e que a queda se faz necessária no caminho de quem busca caminhar melhor.
Buscam-se rostos alegres, festivos, ainda que em maquiagem às lágrimas da alma, pois rostos alegres não necessitam, acredita-se, de cuidados.
Contudo, para as tarefas de reconfortar corações e secar lágrimas são exigidos desprendimento de si mesmo, empatia e ânimo no bem.
Exigem que se retire o foco de si mesmo e que se tome a dor do outro como sua dor, entendendo que só seremos verdadeiramente felizes quando formos capazes de fazer feliz o nosso próximo.
* * *
É certo que cada ser é responsável pelos passos que dá no caminho que nos leva ao pai.
Nem mesmo Jesus caminhou por nós.
Ele nos indicou a direção.
A caminhada é dever de cada Espírito em marcha.
Sendo assim, todo indivíduo precisa percorrer a distância que lhe cabe, que guarda relação com as necessidades e os méritos pessoais.
Entretanto, não podemos nos esquivar da responsabilidade que temos uns para com os outros.
Podemos e devemos dar-nos as mãos, pois, embora tomemos caminhos distintos, a estrada é uma só, a da caridade.
Se não a percorrermos, jamais chegaremos a um encontro com Deus, pois são os pequenos gestos de doação que, somando-se, mostram-nos a grandeza do Pai Celestial.
Observando as recomendações de Santo Agostinho:
-Nas coisas necessárias, a unidade; nas duvidosas, a liberdade; e em todas, a caridade.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita.
Em 17.7.2013.
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