segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

O FILÓSOFO DA SELVA

Nascido na Alsácia em 1875, Albert Schweitzer foi uma criança doentia, que demorou muito para aprender a ler e a escrever. Aluno medíocre em muitos aspectos, na música ele foi um autêntico prodígio: aos sete anos compôs um hino, aos oito, começou a tocar órgão e aos nove substituiu o organista em uma cerimônia. Depois de crescido, dispôs-se a dominar assuntos que lhe fossem particularmente difíceis. Era perito como carpinteiro, pedreiro, veterinário, construtor de barcos, dentista, desenhista, mecânico, farmacêutico e jardineiro. Escreveu livros eruditos sobre Bach, sobre Jesus e sobre a História da civilização. Aos vinte e seis anos tinha diplomas de doutor em filosofia, teologia e música. Aos trinta anos decidiu estudar medicina e partir para Lambaréné, na África Equatorial Francesa, como um missionário-médico. 
Por que medicina? 
Porque estava cansado de palavras e queria ação. 
Por que Lambaréné? 
Porque era um dos lugares mais inacessíveis e primitivos de toda a África, um dos mais perigosos, e porque lá não havia médicos.
Parentes e amigos tentaram dissuadi-lo, mas ele respondeu que se sentia obrigado a dar algo em troca da felicidade de que gozava. Em 1913, Albert Schweitzer e sua esposa – que havia estudado enfermagem para ajudá-lo - chegaram a Lambaréné, encontrando condições muito pouco favoráveis. O hospital foi construído praticamente do nada e pelas próprias mãos de Schweitzer. Os pacientes vinham de grandes distâncias, muitas vezes com as famílias. Não havia caminhos, nem calçadas. Não havia água corrente, nem eletricidade, a não ser na sala de operações, e também não havia raios X. Não havia qualquer espécie de mecanismo para esterilização. Era preciso ferver água sobre fogueiras de lenha. Durante anos houve falta de drogas e de ataduras. Schweitzer não esmoreceu, não obstante todas as dificuldades que enfrentava para manter o hospital e atender a todos os doentes que o buscavam. Jamais negligenciou na grandiosa tarefa que assumiu voluntariamente. Também nunca abandonou a música e o ensino. Sempre que voltava para a civilização, proferia conferências e palestras. Além disso, sua constante produção literária e musical, mantida a custo de muitas madrugadas insones, alcançou e encantou todo o mundo. Em 1952, recebeu o prêmio Nobel da Paz. Retornou à pátria espiritual em 1965, e seu nome até hoje é lembrado como exemplo de trabalho nobre, humanitário e incansável. 
* * * 
Espírito Francisco de Paula Vitor
Nos caminhos do mundo, as vidas são livros abertos a quem queira e saiba lê-los, aprendendo o que se deve ou não fazer. 
Toda vida traz em si a sua mensagem, seja desafortunada, seja luminosa e esplêndida. 
Dê sentido a sua vida para que a mensagem que dela se desprende seja digna de ser vivida, sorvida e ensinada, porque há sempre alguém se espelhando em seus rumos, tomando-os como se fossem os seus próprios. 
Pense nisso! 
Redação do Momento Espírita, com base no livro Grandes vidas, grandes obras, ed. Ipyranga, 1968 e na introdução do livro Vida e mensagem, pelo Espírito Francisco de Paula Vitor, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter. Em 8.10.2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário