quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

O BRILHO DA FACE

Na narrativa da recepção dos Dez Mandamentos, lemos que o legislador hebreu desceu do monte Sinai, trazendo nas mãos as Tábuas da Lei, lavradas em pedra. O que ele não se dera conta é que por ter estado em contato com a Espiritualidade Superior, seu rosto resplandecia. Tanto que os filhos de Israel temiam olhar para ele. Por isso, durante algum tempo, ele precisava colocar um véu sobre o rosto, toda vez que fosse falar ao povo. Esse fenômeno se chama transfiguração. E a de Moisés foi luminosa e duradoura. Os filhos de Israel, diz o texto bíblico de Êxodo, viam o rosto de Moisés, no qual resplandecia a pele. Sua face deixava transparecer a grandeza daqueles momentos em que estivera num contato mais estreito com Espíritos Superiores. Um contato para o qual ele se preparara largo tempo. Segundo as anotações bíblicas, foram quarenta dias e quarenta noites, no Sinai. Um longo preparo para a recepção de um Código tão importante para a Humanidade. 
No Novo Testamento, por sua vez, temos as narrativas dos Evangelistas Mateus, Marcos e Lucas, referindo-se à transfiguração de Jesus, no monte Tabor. Como testemunhas, somente os Apóstolos Pedro, Tiago e João. O texto de Mateus diz que Jesus se transfigurou diante deles. O Seu rosto resplandeceu como o sol, e as Suas vestes se tornaram brancas como a luz. O Evangelista João, por sua vez, dá o seu testemunho ocular com a frase: 
-Vimos a sua glória, como a glória do unigênito do pai, cheio de graça e verdade. 
Com certeza, foi a única vez, durante a Sua vida carnal que Jesus se mostrou em toda a Sua grandeza. Brilhando como o sol, Espírito perfeito que é. Duas transfigurações. A segunda ainda maior do que a primeira.
 * * * 
É de nos perguntamos quando mostraremos a nossa face brilhante? 
Não estamos falando do fenômeno da transfiguração, mas de algo pelo qual podemos trabalhar, todos os dias. 
Mostrar a nossa face transfigurada pela alegria, traduzindo a gratidão a Deus pela vida na Terra. 
A face que ateste o que nos asseverou Jesus: 
-Que somos filhos da luz, criados pela luz. 
Brilhar como Ele nos recomendou: 
-Brilhe a vossa luz. 
Permitamo-nos deixar brilhar o nosso olhar de amor, de tolerância, de carinho para com tudo que vive sobre a Terra. 
Aquele mesmo olhar que tinha o pobre de Assis, Francisco, para as aves do céu, para os pequenos animais. 
Olhar de cuidado que o movia a lhes providenciar alimento. Tal era a sua atenção para com esses seres que, na época das festas natalinas, ordenava aos seus companheiros que a ração lhes fosse dobrada.
Irradiemos esse nosso carinho pela face e nos deixemos envolver por essas irradiações, de forma que quem quer que se aproxime de nós, se sinta abraçado. 
Que quem nos olhe a face, possa descobrir que somos filhos de Deus, que desejamos fazer a diferença sobre a Terra. 
Que nela eles encontrem o brilho dos nossos sorrisos. 
Permitamos que brilhe a nossa luz. 
A luz de filhos de Deus, colocados nesta Terra para crescer até alcançar as estrelas. 
Pensemos nisso. 
Brilhemos. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 34, do livro bíblico Êxodo; no cap. 17, do Evangelho de Mateus; no cap. 9, dos Evangelhos de Marcos e Lucas; e no cap. 1 do Evangelho de João. 
Em 10.2.2021.

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