E o fato de tomar contato com a criminalidade, de constatar como o homem pode ser mau com seu irmão, o tornara revoltado contra a Divindade.
Esquivava-se, quando convocado a orar, no círculo familiar. Perdera totalmente a fé nesse tal Deus, que permitia tantos crimes serem cometidos.
Onde estava Ele quando aquele idoso, vivendo só, fora morto de forma tão cruel?
E, quanto mais a sua mente mergulhava em investigações, descobrindo o pior do ser humano, mais descrente ficava.
Ele não podia compactuar com o culto, as preces, a pregação, os hinos de louvor ou de súplica a que se entregava a família.
Certo dia, a escola primária da cidade foi invadida por dois terroristas armados e com uma bomba. Durante duas horas mantiveram prisioneiros em uma sala, as noventa e oito crianças e seus professores, ameaçando matá-los.
O corpo policial da cidade não estava ali para qualquer ação. Encontrava-se a mais de duas horas de distância, atendendo uma ocorrência.
As ameaças dos invasores aterrorizavam.
Primeiro, David pedira um resgate fabuloso.
Depois falava que mataria todos e construiria um mundo novo.
Pais, bombeiros, alunos da escola de ensino médio, pessoas de outras cidades que ouviram o noticiário aterrador, resolveram orar.
Alguns em grupo, outros a sós.
Em certo momento de descuido de um dos terroristas, a bomba explodiu.
De forma inexplicável, em seu laudo, os técnicos disseram que a bomba deveria ter explodido para os lados, atingindo a todos.
No entanto, explodiu para cima. Os únicos mortos foram os dois terroristas.
Foram vários os relatos de crianças que se disseram auxiliadas a saírem do local, por seus anjos de guarda, avós ou tios desencarnados, depois da explosão.
Sofreram ferimentos mas estavam vivas.
Um detalhe interessante é que Ron, que tinha dois filhos na escola, disse que se estivesse na cidade, ele teria invadido a escola, porque estava com muita raiva.
Isso, confessa ele mesmo, possivelmente teria sido desastroso.
A frustração dos verdadeiros efeitos da bomba, as vidas poupadas, o auxílio espiritual relatado pelos pequenos, o fato da ausência efetiva de ação policial, tudo contribuiu para que a tragédia fosse reduzida a somente duas mortes.
Isso levou o policial Ron a reconsiderar sua maneira de pensar.
Afinal, de retorno à cidade, em pânico, por ser informado do que estava acontecendo, entre a revolta e o desespero, pedira a Deus por seus filhos, pelos filhos de todos.
Ele tinha certeza de que Deus ouvira.
Tanto ouvira que mandara Seus mensageiros para acalmar os pequenos, para lhes dizer que tudo ficaria bem, permitindo que fossem conduzidos para fora da escola, por mãos invisíveis.
Quem pode explicar tudo isso senão a presença de uma Força Superior que por todos vela?
E Ron voltou a orar, reconhecendo que, mesmo que ele não possa entender porque o mal ainda persiste no mundo, Deus vela por Seus filhos.
Ele e a comunidade são gratos a esse Pai pela proteção daquele dia.
Redação do Momento Espírita, com base em fatos
relatados no filme O milagre de Cokeville.
Em 8.2.2021.
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