quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

EDUCAR PARA SALVAR

Dora Incontri
Diante dos dias conturbados por que passa a sociedade atual, só existe uma maneira eficiente de fazer com que desponte uma aurora límpida e bela, neste Terceiro Milênio: a educação. Somente através da educação bem sedimentada poderá surgir o homem renovado do século XXI. Mas, educar não significa apenas transmitir padrões sócio-culturais, nem acompanhar o desenvolvimento físico-intelectual da criança ou passar uma série de informações pela instrução formal. A educação, bem entendida, consiste em formar o homem de bem, contemplando seu duplo aspecto: espiritual e físico. A violência grassa e desgraça, num mundo onde o ser humano vem perdendo o senso de fraternidade, de solidariedade, face aos conflitos de opiniões, às imposições do intelecto sobre o sentimento, à robotização que transforma o ser humano em máquina, a repetir atividades que lhe destroem a capacidade de criar, de enriquecer-se de novos valores espirituais. Educar, no sentido que o termo exige, é desenvolver, cultivar, fazer brotar, elevar, fazer crescer, não de maneira unilateral, mas de forma integral, para que o educando possa ser o cidadão honrado que todos desejamos encontrar na sociedade da qual fazemos parte. E para que se atinja esse grandioso objetivo será preciso, antes de tudo, duas premissas básicas: amor e autoeducação. Amar para educar e auto-educar-se para amar. Esse binômio: amor e autoeducação deverá ser o denominador comum para pais e mestres. Aos pais não basta amar, é preciso que seu amor seja firme, sem tirania, e terno, sem pieguice. Aos mestres não basta instruir, transmitir informações áridas, sem o real enriquecimento do conteúdo com o tempero do afeto. É preciso que haja uma conjugação de forças entre pais e mestres para que se logre êxito na reforma moral da Humanidade.... Para que se possa ver o despontar da verdadeira aurora do Terceiro Milênio... É preciso que o ser humano passe a ser o tesouro mais valioso do planeta, para que entenda o papel que lhe cabe na obra do Criador. É preciso que não se tente resumir o ser humano a uma simples máquina de fazer sexo, fabricar dinheiro, se projetar sob as luzes transitórias dos holofotes da fama. É preciso que se compreenda a realidade imortal do homem. É preciso que se entenda, de vez por todas, que o ser humano não é um amontoado de ossos e músculos, numa breve experiência espiritual. O homem é um ser espiritual, imortal, vivendo uma breve experiência num corpo carnal, frágil e perecível, que caminha na direção do túmulo. E, por fim, é preciso que se viva como ser imortal, que terá que prestar contas dos seus atos à consciência cósmica e à própria consciência, assim que se desembaraçar da carne. Se pais e mestres, que geralmente também são pais, amassem para bem educar e se auto-educassem para amar, o panorama do mundo se transformaria em pouco tempo, para melhor. Veríamos no lar, que é a primeira escola, as crianças aprendendo o respeito ao semelhante, a dignidade, a honradez, a liberdade intelectual, o respeito a si mesma e ao próximo. E, na escola, com mestres conscientes do seu nobre dever, aprenderiam as lições para iluminar o intelecto, mas sempre acompanhadas com os componentes do amor e da ternura. Eis uma receita infalível... Eis a solução para banir, definitivamente, a violência da face da Terra. 
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A educação sem um propósito de transcendência é uma ideia vazia e estreita e pode sempre se tornar instrumento de manipulação dos poderes sociais. 
Pense nisso! 
Redação do Momento Espírita, com base na Introdução e no cap, VIII, do livro A educação da Nova Era, de Dora Incontri, ed. Comenius. 
Em 1.7.2013.

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