Ouvimos a história de alguém que aprecia contá-las ao sabor da própria memória e de suas próprias adições.
Eram dois garotos levados. Dois irmãos “do barulho”. Tudo que acontecia em termos de confusão, na pequena cidade, envolvia os pirralhos.
A mãe, mulher honesta, de bons costumes, se preocupava com o que viriam a ser seus dois rebentos.
Por isso, procurou o pastor da igreja que frequentava, pedindo ajuda.
O que fazer se os filhos não lhe ouviam os conselhos? Que tática poderia ela utilizar para fazer com que os filhos deixassem de ser tão travessos?
O pastor era um homem alto, encorpado, de voz forte. Disse àquela mãe que mandasse os garotos falarem com ele, separadamente.
Primeiro, o mais novo.
E lá foi o menino. O pastor o levou a uma sala, fê-lo sentar-se em uma cadeira e, dedo em riste, foi logo falando alto:
-Menino, então, me diga, onde está Deus?
O garoto se encolheu, esbugalhou os olhos, escancarou a boca e ficou olhando o homenzarrão à sua frente, que continuava a perguntar:
-Diga: onde está Deus?
As mãos do pequeno ficaram trêmulas. E continuou mudo, o pavor tomando-o por inteiro.
E, porque a pergunta se tornasse insistente, ele se levantou e fugiu em desabalada correria.
Foi para casa e se escondeu no armário do quarto. O irmão mais velho o encontrou, pálido e agitado.
-O que aconteceu, mano?
E o garoto, ainda sem fôlego, gaguejou:
-Mano! Desta vez estamos perdidos. Deus sumiu! E o pastor está dizendo que fomos nós!
O fato, com certeza, nos motiva o riso. Contudo nos dá a tônica de como nós, na qualidade de educadores, ainda andamos longe do ideal.
Quantos de nós não agimos assim? Fazemos perguntas, acusamos nossos filhos, nossos alunos, sem que eles possam entender exatamente o que está acontecendo. O porquê daquelas afirmações e indagações.
É por isso, entre outras questões, que nossa educação não alcança os objetivos que desejamos.
Porque não nos fazemos entender. Não dizemos exatamente o que se faz necessário.
Ao tentar corrigir um erro, vamos pelas beiradas, quando deveríamos ir diretamente ao ponto.
Indagar o porquê da atitude equivocada, se aquilo é correto, se é justo, se gostaria que com ele acontecesse o que fez ao outro, etc.
Aí, sim, nosso falar seria como pregava Jesus:
-Sim, sim, não, não.
Indo ao ponto, falando às claras, e, a partir disso levar a criança ou adolescente a pensar conosco.
Ela precisa entender o que é que estamos cobrando, por que estará recebendo uma ou outra penalidade.
Isso fará com que nossos educandos, sejam filhos ou alunos, ou sobrinhos, ou vizinhos, não nos temam. Mas nos entendam.
Entendam nossas propostas educativas. Pensem a respeito e as assimilem.
Com certeza, nenhum de nós deseja amedrontar quem quer que seja e, muito menos, criar complexos de culpa, sempre perniciosos, a almas em formação.
Pensemos nisso!
* * *
A tarefa da educação nos convida, de forma incessante, à revisão das nossas próprias atitudes e comportamentos, a fim de que sejamos os autênticos promotores da nossa educação.
Por extensão, dos que estão conosco. Dos que nos observam todos os dias, nas mais diversas situações.
Redação do Momento Espírita, com base
em história de autoria desconhecida.
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