Narra-se que, entre a Judeia e a Síria, na cidade de Sebastes, também chamada a Rainha do Ponto, pelos anos trezentos, quarenta jovens deram sua vida por amor à verdade.
Eram todos legionários e cristãos. Recrutados pelas ordens romanas.
Vestiam os uniformes, os capacetes e as capas vermelhas. Em seus corações, porém, serviam a Jesus, e somente a Ele.
Muito antes que as vozes de Roma se fizessem ouvir, nas ordens de recrutamento, eles haviam acedido, vindos de variadas partes do globo, à doce voz do Rabi Galileu.
Porque as perseguições se fizessem intensas, reuniam-se às escondidas em local ermo e abandonado.
Após o recrutamento, raramente podiam estar todos juntos, ao mesmo tempo, pois que diferentes eram os dias das suas folgas.
Mas não descuidavam do estudo dos ditos do Senhor e dos Atos dos Apóstolos, das Epístolas de Pedro e Paulo.
Serviam na Décima Segunda Legião todos eles.
Um dia, uma denúncia anônima os colocou frente a um teste terrível.
Para salvar suas vidas deveriam oferecer sacrifícios ao deus Júpiter. Porque se recusassem, receberiam a pena máxima.
Desejosos seus superiores que suas mortes servissem de lição a outros ou quem sabe, com o intuito de que fraquejassem e voltassem atrás em sua decisão, escolheram uma forma lenta de agonia para eles.
Foram conduzidos até a beira de um lago, cujas águas frias tornavam-se geladas nas noites de inverno.
Ao som dos tambores, os quarenta jovens perfilados, robustos na sua fé, avançaram para o lago. A água foi lhes chegando às virilhas, depois às cinturas, finalmente aos ombros.
Foram horas e horas de imersão nas águas negras e salgadas. A chama da fé os aquecia ao ponto de cantarem.
E o canto era como uma cascata de esperanças feita em sons de ternura e renúncia.
Na madrugada, um a um, eles foram morrendo, hirtos de frio, congelados.
* * *
Lembrando os legionários, heróis da fé, recordamos da mocidade dos dias atuais.
Observando tantos moços a descerem pelas ladeiras escuras do vício e da desesperança, pensamos na mensagem do Cristo que se dirige, esperançosa e viva a todos os homens.
Muito poderiam esses jovens, se portassem Jesus em suas vidas, desde que dispõem da agilidade mental, do vigor físico, de energias!
Crescer para a luz, e na sua ascensão, arrastar outros tantos, pois toda vez que um homem se ergue no mundo, centenas se erguem com ele.
* * *
Jovem! Ouve a mensagem de Jesus que te chega, límpida e pura e afeiçoa-te ao bem.
Não permitas que passe o tempo e fujam as horas. Enquanto a juventude canta em teu corpo, estuda e trabalha. Executa tarefas no bem, semeia luzes em tuas veredas.
Mais tarde, as haverás de perceber como estrelas luminescentes que aclararão os dias da tua madureza e da tua velhice.
Redação do Momento Espírita, com base no
cap. XXVIII do livro Esquina de pedra, de
Wallace Leal Rodrigues, ed. O Clarim.
Em 15.1.2019.
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