De um modo geral, afirmamos que toda profissão é honrosa, que a pessoa que trabalha, não importa o que faça, é digna de respeito.
E recordamos de profissionais das várias áreas, elogiando a atuação de cada um.
Recordamos da pessoa especial do juiz, sobre cujos ombros pesa a responsabilidade de decisões, que definem a vida das pessoas.
E que necessita ser imparcial em seu julgamento para conferir sentenças justas.
Falamos a respeito do médico, de cuja competência depende a nossa saúde e a de nossos familiares. E nos rendemos às suas explicações acadêmicas, seguindo dietas, regimes, submetendo-nos a exames, cirurgias, tudo conforme a orientação dele.
Porque ele é que entende de doenças e sabe o que é melhor para o reequilíbrio e manutenção da saúde.
Respeitamos no professor a criatura que inunda de luz o intelecto do nosso filho, abrindo-lhe o panorama do alfabeto, das ciências, das artes.
Ao mesmo tempo, falamos da nossa gratidão por tudo quanto devemos àqueles que, desde os bancos escolares iniciais estabeleceram luzes em nosso intelecto.
Reverenciamos o técnico da informática, dele ouvindo as explicações a respeito de máquinas, sistemas, as mais recentes tecnologias.
Contudo, quando andamos pelas ruas, como tem sido o nosso comportamento com esses outros tantos profissionais que fazem muitas pequenas coisas?
Como nos comportamos com o panfleteiro que se posta na esquina e faz questão de colocar na nossa mão o papel que está distribuindo?
É possível que estejamos cansados de receber propaganda que não nos interessa. Entretanto, pensemos um pouco.
Ele pode ser um pai de família. Desempregado. Um profissional gabaritado e que, por circunstância especial, se dispõe a conseguir alguns trocados nessa tarefa que quase desprezamos.
Ou talvez, seja um estudante que, com os trocados que ganha para a distribuição daquela papelada, terá garantida sua refeição ou a hospedagem por mais um tempinho.
E como tratamos o vendedor que bate à nossa porta, que nos procura no escritório? Se não desejamos comprar o que ele está oferecendo, ou se não dispomos de tempo, tudo bem.
Mas ao menos, nos permitamos olhar nos olhos dele para falar: Não, hoje, não, obrigado.
Profissão. Profissões. Toda ocupação útil é trabalho, ensinam os Espíritos.
Aprendamos a respeitar todas as funções, as tarefas dignas, os trabalhos honestos, recordando que, se fôssemos nós realizando aqueles labores, gostaríamos de contar, ao menos, com um pouco de boa vontade das pessoas, para que as moedas angariadas não pesassem tanto em nossas mãos.
* * *
O mundo pode ser comparado a uma grande e complicada máquina, cheia de pequenas, grandes e minúsculas engrenagens.
Para operar de forma devida, ela necessita que tudo esteja funcionando direitinho. Todas as peças são importantes.
Assim, no mundo. É preciso que haja quem venda e quem compre, quem costure e quem use. Quem ensine e quem deseje aprender
Quem ofereça mercadorias e quem as deseje adquirir. Quem necessite trabalhar e quem ofereça oportunidades de trabalho.
Ninguém maior. Todos indispensáveis uns aos outros.
Redação do Momento Espírita.
Em 9.11.2018.
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