Sandra Della Pola |
No livro bíblico Atos dos Apóstolos, está registrado o episódio em que Saulo de Tarso, inicialmente perseguidor dos primeiros cristãos, seguia em viagem a Damasco quando lhe apareceu Jesus.
Após essa visão gloriosa, ele se sentiu profundamente tocado pelo amor do Cristo. Estando em Damasco, recebeu a visita de Ananias, arauto do Nazareno naquela cidade.
No diálogo que entre ambos se estabeleceu, perguntou-lhe, em certo momento, o velho Ananias:
-E agora, por que te deténs?
Revendo seus conceitos, Saulo atendeu ao chamado de Jesus e se transformou em valoroso discípulo do Evangelho.
* * *
A partir do momento em que assimilamos o conhecimento sobre a realidade espiritual e as leis Divinas, é de se esperar que façamos algo a esse respeito.
Nossa conduta deveria então ser pautada de acordo com as verdades que conhecemos.
Conveniente seria que nos movimentássemos sempre em direção ao que julgamos correto realizar.
Por que, então, nos detemos?
Se sabemos que a vida não termina no túmulo, que a alma sobrevive à morte do corpo físico, não deveríamos desperdiçar tempo com coisas insignificantes, levando nossa existência como se não houvesse amanhã.
Como podemos passar a vida preocupados em amealhar tesouros na Terra, e temos consciência de que os únicos tesouros que levaremos conosco, ao morrermos, serão as virtudes morais que conquistamos durante nossa existência?
Cabe-nos refletir e identificarmos os fatores que estão dificultando ou até mesmo paralisando nossa marcha.
A sociedade nos impõe padrões de comportamento, dos quais, algumas vezes, discordamos, mas acabamos agindo contra os nossos princípios, por necessidade de sermos aprovados.
É natural que tenhamos medo de agir de forma diferente da maioria. Aprisionamo-nos, com facilidade, na situação em que estamos, porque é confortável e seguro.
Um dos fatores que dificulta a caminhada é o egoísmo.
Ainda vivemos muito em função de nós mesmos, o que nos impede de enxergar as necessidades do outro. Essa é uma dificuldade que precisa ser identificada e vencida.
O orgulho também aparece como um fator paralisante.
É comum estarmos envolvidos em uma tarefa dignificante, em algo que faz bem ao próximo e também a nós mesmos, até que alguém seja inconveniente conosco, o que é suficiente para nos fazer desistir.
O orgulho não permite que ouçamos com agrado as críticas que nos são dirigidas, mesmo quando o objetivo é nos fazer refletir sobre algo que possa ser modificado em nós, para o próprio crescimento espiritual.
Tenhamos em nossos corações a fé raciocinada, o otimismo e a esperança, lembrando sempre que a oração é recurso abençoado, que nos dá coragem e nos impulsiona a agir.
Assim nos sentiremos fortalecidos para seguir em frente sem nos determos diante dos obstáculos, vencendo tanto as barreiras que encontramos dentro de nós mesmos quanto os fatores externos que dificultam a caminhada.
Não duvidemos da nossa capacidade de fazer o melhor.
É sempre possível fazer um tanto mais.
Redação do Momento Espírita, com base no livro bíblico
Atos dos Apóstolos, cap. 22, versículo 16 e na palestra proferida
por Sandra Della Pola, no Centro Espírita Ildefonso
Correia, em 12.08.2012.
Em 9.3.2013
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