terça-feira, 13 de novembro de 2018

E A TORMENTA CESSOU

Em uma passagem do Evangelho, narra-se que os Apóstolos se encontravam em um barco, em plena tempestade. No meio do mar, a embarcação era açoitada pelas ondas e por fortes ventos. Em dado momento, Jesus, que estava orando em um monte, dirigiu-se para junto dos Apóstolos, andando sobre as águas. Os Apóstolos se assustaram muito, até que o Cristo os tranquilizou. Pedro pediu que Jesus o fizesse ir até Ele, por sobre as águas. O Mestre assentiu e o chamou. Pedro começou a andar sobre o mar, mas teve medo e principiou a afundar. Jesus estendeu a mão e o socorreu, lamentando a pequenez da fé do pescador. Quando o Messias subiu no barco, o vento acalmou. Essa passagem evangélica possui extrema beleza e profunda significação. À parte o inegável poder de Jesus sobre os elementos, pode-se fazer uma leitura focada no poder transformador de Sua mensagem. No mundo, as criaturas padecem vergastadas pelo vendaval das suas paixões. Muitas contraem variadas enfermidades pelo descontrole no comer e no beber. Outras sucumbem aos tóxicos de variadas nomenclaturas. Há quem perca a dignidade no desregramento sexual. São incontáveis os vícios e grandes os prejuízos que causam. Gula, vaidade, egoísmo, crueldade, desonestidade e destemperanças as mais diversas ensejam funestas consequências. Muitas das criaturas que se infelicitam, realmente gostariam de viver com dignidade e todas desejam ser felizes. Embora alguns desatinos pareçam sedutores, cedo ou tarde mostram seu lado amargo. O problema é que muitos se afirmam frágeis em excesso para vencer suas más tendências. Não é possível ser ingênuo e imaginar que a renovação moral se dê por um passe de mágica. Maus hábitos cristalizados por longo tempo não somem apenas porque a criatura decidiu mudar. Entretanto, a renovação é sempre possível e corre por conta da perseverança de quem a deseja. Nessa luta contra as trevas internas, surge a importância da fé. Pedro afundou por duvidar, conforme assentou o Cristo. Então, importa acreditar firmemente que a retificação da própria realidade espiritual é possível. Talvez hajam algumas quedas, mas a crença no sucesso necessita estar sempre presente. Essa crença será tão mais efetiva quanto mais se baseie nas propostas do Cristo. A vivência da fraternidade, da esperança e da pureza constitui o maior antídoto contra as ilusões do mundo. Quando Jesus realmente adentra o barco da vida de alguém, cessam as tormentas das paixões. Surge a paz, não como um privilégio, mas como consequência natural de uma vida digna. 
Pense nisso. 
DIVALDO PEREIRA FRANCO
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 3, do livro A mensagem do Amor Imortal, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 24.12.2009.

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