domingo, 18 de dezembro de 2016

CONVITE AO PERDÃO

Francisco Cândido Xavier foi um homem que viveu semeando a palavra do Cristo. Através das suas atitudes, pregou a paz e ensinou a caridade. Sua vida foi um exemplo de conduta cristã. Médium, viveu por noventa e dois anos, foi desprezado por muitos e durante sua vida sofreu ofensas e insultos, tendo passado imune a tudo. Em uma de suas muitas frases que ficaram registradas, ele disse: 
-Graças a Deus, não me lembro de ter revidado a menor ofensa que sofri, certamente objetivando, todas elas, o meu aprendizado. E não me recordo de que tenha, conscientemente, magoado a quem quer que fosse. 
Esta frase nos faz refletir sobre a forma como agimos diante das ofensas que sofremos. No cotidiano, nos deparamos com situações que põem à prova a nossa conduta. São os olhares de desprezo ou de inveja. As palavras que ferem, humilham, magoam. As indelicadezas e os gestos que perturbam e ofendem. São também as atitudes contínuas de omissão, de abandono dos deveres, ou de opressão, que acontecem entre irmãos, casais, pais e filhos, que vão se somando e se transformando em imensas mágoas. É comum vermos famílias desestruturadas pelo cultivo da raiva, do rancor e da indelicadeza. Enfim, vemos com frequência, relações se esvaindo pela ausência do perdão. Seja qual for a gravidade do ato infeliz que nos atinja, enxerguemos o outro, que nos fere e magoa, como alguém que pode estar enfermo e precisando de ajuda. E como escolhemos agir diante de quem nos ofende? Quando procedemos da mesma forma que o outro, entrando na sua sintonia, revidando, seja com palavras ou com atitudes, estaremos deixando que o outro dite a nossa conduta. Estaremos nos equiparando àquele que cometeu o gesto desequilibrado. É certo que ficamos tristes quando alguém nos ofende, mas o que deveria mesmo nos entristecer, é quando somos nós os ofensores. Trabalhar o perdão ao próximo, assim como o auto-perdão, é um exercício diário que podemos nos propor. Todos nós somos capazes de perdoar. Não nos esqueçamos de que, por diversas vezes, nós é que desejamos ser perdoados. Temos que começar relevando e perdoando as leves ofensas, para que estejamos preparados, quando nos depararmos com situações mais delicadas que nos exijam essa virtude. Perdoar também é doar. Ao perdoar estaremos doando entendimento, paciência, compreensão e o amor que purifica. O esquecimento das ofensas é próprio da alma elevada. Mas o perdão não é o esquecimento do fato. Por vezes, torna-se difícil eliminar da memória uma atitude que tenha nos ferido. Perdoar é cessar de ter raiva, é deixar de nutrir em nós o ressentimento pela pessoa que nos causou a dor ou o gesto infeliz que nos atingiu. Perdoar acalma, liberta, traz paz e harmonia às nossas vidas. O verdadeiro perdão é aquele que vem do coração e não dos lábios. Façamo-nos hoje o convite para que deixemos que o perdão triunfe sobre a mágoa e o ressentimento. 
Redação do Momento Espírita. Em 03.06.2011.

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