quinta-feira, 27 de novembro de 2025

TUDO É PARA O BEM

Ele era um homem que trazia a fé em seu coração. Chamavam-no Mahum, que significa também. 
O apelido lhe fora dado pelos que o conheciam porque para tudo o que lhe acontecesse, por pior que fosse, ele afirmava:
-Isto também é para o bem! 
Se a chuva lhe destroçasse o jardim ou a enxurrada lhe destruísse a horta, repetia: 
-Isto também é para o bem. 
E colocava-se no trabalho de reconstrução do jardim e da horta, sem reclamações. 
Se a enfermidade o alcançasse, falava: 
-Isto também é para o bem. 
Medicava-se e aguardava a recomposição das forças físicas, retornando ao trabalho. 
Certa noite, Mahum precisou realizar uma viagem até à cidade vizinha. 
Preparou seu burrico para transportá-lo, o galo que funcionaria como seu relógio e despertador, e uma lamparina para iluminar o caminho. 
Ela deveria servir, inclusive, para que antes dele repousar, no seio da floresta que deveria atravessar, pudesse se deter na leitura das escrituras. 
Noite alta e ele no coração da floresta. 
De repente, o óleo da lamparina derramou e ela se apagou. Ele ficou às escuras. 
Inesperadamente, o galo começou a passar mal e morreu.
Não demorou muito e foi o burrico. 
Incrível, não é mesmo? 
O pobre homem ficou sozinho, na escuridão, em meio a ruídos estranhos e assustadores. 
Mesmo assim, afirmou: 
-Tudo o que Deus faz é para o bem. 
Acomodou-se como pôde e dormiu. 
No dia seguinte, o sol o veio despertar, vencendo a fechada copa das árvores. 
Ele prosseguiu a viagem a pé. 
Quando, horas depois, chegou à cidade, seus conhecidos o olharam com espanto. 
Pareciam estar vendo um fantasma. 
Por fim, lhe perguntaram: 
-Como você pode estar vivo? Soubemos que, ontem à noite, foram despachados soldados romanos à floresta, com o intuito de matá-lo! 
Foi então que o viajante explicou tudo que lhe havia acontecido, concluindo: 
-Se minha lamparina não tivesse apagado, o galo e o burrico morrido, com certeza estaria morto. 
O clarão da lamparina, o zurrar do burrico e o cocoricó do galo denunciariam o local onde me encontrava. 
-Bem posso continuar a dizer: 
"Tudo o que Deus faz é para o bem." 
* * * 
Quando a tormenta se faz mais violenta e as dores se tornam mais acerbas, é o momento de se ponderar porque elas nos atingem. 
O bom senso nos dirá sempre que razões poderosas existem, assentadas no ontem remoto ou no passado recente, porque a Divina Providência tudo estabelece no momento próprio e na medida exata. 
Deus é sempre a Sabedoria Suprema e a Justiça Perfeita, atendendo às mínimas necessidades dos Seus filhos, no objetivo maior do progresso e da redenção. 
Nem sempre conseguimos aquilatar, no momento em que tudo sucede, o seu real valor. 
Contudo, no transcorrer do tempo, descobrimos quanto Deus estava certo em permitir que a dor chegasse, que o problema se avolumasse, que a dificuldade nos abraçasse. 
Percalços, sofrimentos e dissabores são desafios que nos levam a raciocinar, a buscar soluções, a reformular atitudes.
Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita com base em texto do jornal Correio Fraterno do ABC, de maio/1998. 
Em 27.11.2025

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