É aquela sensação de falta absoluta de controle.
Controle sobre qualquer coisa, pois tudo está nas mãos de outros: quem fabricou a bendita aeronave; quem a inspecionou antes de cada voo (e em especial deste aqui); quem está na cabine no comando de todos aqueles dispositivos e aparelhos complexos.
E se hoje for o último dia do avião?
E se hoje alguém deixou de averiguar os sistemas tim-tim por tim-tim?
E se, justo hoje, o piloto não estiver bem?
Não é medo da morte, nem medo de morrer.
É um sentimento de ter que confiar em alguma coisa, em alguém além de nós mesmos para gerenciar questões tão complexas.
No entanto, vejamos que, desde que nascemos, fazemos isso, muitas vezes, talvez sem perceber.
Confiamos no médico que fará o parto.
Confiamos na mãe ou em quem cuidará de cada mínimo detalhe dos nossos primeiros frágeis meses de vida.
Confiamos no que diz o termômetro.
Confiamos em quem fabricou o remédio.
Confiamos na fábrica que produziu o ônibus ou o carro que nos leva daqui para ali todos os dias.
Confiamos no elevador. Pois é, até no elevador nós confiamos!
Confiamos no engenheiro e na equipe que ergueu a casa ou o prédio onde temos nosso lar.
Nós nos achamos no controle de tanta coisa, mas, na verdade, não controlamos quase nada.
Nós confiamos.
Algo em nossa essência sabe confiar.
O instinto confia.
Vejamos como o instinto é sábio.
O instinto é uma inteligência essencial, rudimentar, colocada em todos nós pela natureza, colocada em nós pelo Criador.
Sim, exatamente Deus, a Suprema Inteligência por trás de tudo.
Se quisermos dizer que há algo no controle de tudo, aí está: Deus.
E não você nem eu.
Nenhum de nós.
Nós só controlamos os pensamentos.
E aqui um parênteses bem grande, pois mesmo eles são difíceis de serem administrados e controlados.
Por consequência, controlamos as palavras e os atos, ainda com bastante dificuldade.
Assim, diante desse nosso desejo de querer controlar tudo, de querer ter tudo como imaginamos, vale uma boa reflexão.
Um sábio certamente diria, com poucas palavras:
-Sossega um pouco. Uma boa dose de humildade e calma vai bem.
Olhemos mais para quem realmente está no comando de tudo e confiemos um pouco mais.
Não deixemos que a ansiedade nos atemorize utilizando seus subterfúgios.
Epicteto, grande filósofo estoico, afirmava que, quando vivemos dentro de nossa esfera de controle, somos naturalmente livres, independentes e fortes.
Porém, se quisermos depositar nossas esperanças naquilo que está fora de nosso controle, tomando para nós aquilo que pertence a outros por direito, estaremos sujeitos a tropeçar, cair, sofrer e culpar tanto a Divindade quanto os homens.
Os seguidores dessa filosofia, inclusive, atrelavam a conquista da felicidade justamente a esta compreensão íntima: entender aquilo que está sob nosso controle e aquilo que não está.
Pensemos sobre isso.
Permitamos que o Pai faça seu trabalho.
Confiemos e façamos o nosso.
Redação do Momento Espírita
Em 11.11.2025

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