sexta-feira, 28 de novembro de 2025

A ÁGUIA E O CORVO

Diz uma narrativa popular que há uma única ave que ousa atacar a águia. 
É o corvo. 
Ele pousa em suas costas e, persistente, começa a lhe bicar o pescoço. Implacável. 
Irritante. 
A águia, no entanto, não revida. 
Não bate as asas com fúria, não gasta energia em represálias.
Não tenta, de alguma forma, contra-atacar. 
Serena, ela toma uma atitude: voa para mais alto. 
Eleva-se e eleva-se. 
Quanto mais alto ela voa, mais rarefeito se torna o ar. 
O corvo, incapaz de suportar a altitude, perde forças e cai.
Simplesmente cai, não porque a águia o atacou, mas porque ela se elevou. 
* * * 
Esse conto nos convida a refletir sobre como lidamos com os corvos da nossa vida: as críticas injustas, as palavras duras, as atitudes maldosas. 
Quantas vezes desperdiçamos energia em discussões sem sentido, em disputas pequenas, em conflitos que só nos roubam a paz? 
O sábio Mestre de Nazaré já estabelecera como regra que não devíamos resistir ao mal. 
Se alguém nos bater na face direita, cabe-nos oferecer também a outra. 
Isso nos diz que a verdadeira força está em não revidar, mas em elevar-se moralmente, acima das agressões. 
Não resistir ao mal significa vencê-lo com nobreza. 
Da mesma forma que a águia sobe a patamares mais elevados, para se livrar do incômodo inimigo, nós também podemos escolher os degraus mais altos da paciência, da serenidade e do amor. 
Deixar que o outro fale, critique, zombe, até ataque. 
E, em vez de responder no mesmo tom, simplesmente elevar-nos. 
Nosso crescimento espiritual se tornará a resposta mais eloquente, sufocando o barulho das incompreensões. 
Não se trata de passividade, mas de sabedoria. 
Revidar é fácil. 
Elevar-se é trabalho da alma. 
Responder com agressividade é instinto. 
Silenciar e seguir em paz é conquista do Espírito. 
Quantas vezes Jesus foi insultado, injuriado, caluniado? 
No entanto, em nenhum momento devolveu o mal que recebia. 
Elevou-se sempre, em palavras e atitudes, até o ponto mais alto que o amor pode alcançar. 
Com certeza, é desafiador seguirmos esse exemplo. 
O orgulho ferido grita, a vontade de replicar surge, mas é nesse momento que o ensinamento crístico se torna valioso.
Cada vez que renunciamos à resposta impulsiva, abrimos espaço para uma paz que não pode ser roubada. 
Quando escolhemos o caminho da elevação, não apenas superamos os adversários, pretensos inimigos, mas inspiramos outros a nos imitarem. 
Nossos gestos de compreensão, de perdão e de silêncio geram ondas que alcançam corações. 
Nesse movimento, nossa alma se fortalece e nossa luz interior brilha com mais intensidade. 
Dessa maneira, não desperdicemos energias preciosas com os que nos agridem, de qualquer forma. 
Direcionemos nossas forças para ascender a planos mais elevados. 
Os que não nos acompanharem a caminhada ascendente, ficarão na retaguarda. 
Não porque os enfrentamos, os atacamos, mas por causa da grandeza da nossa subida. 
Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita, a partir de fábula popular. 
Em 24.11.2025

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