sexta-feira, 13 de setembro de 2024

QUANDO DEIXEI DE VER A LUA

Num final de noite frio, de noite estrelada, um homem dirige seu carro pelas ruas da cidade. 
No banco de trás ele carrega um tesouro: seu filhinho de dois anos de idade. 
Parados no semáforo, ele observa que o filho está com o olhar fixado no alto, longe, para fora da janela. 
Uma luz azul suave adentra o veículo, iluminando o rosto da criança, proporcionando uma beleza sem igual para o pai apaixonado. 
Então, com aquela voz tenra, a voz pequena da descoberta das primeiras palavras, o filho diz: 
-Lua. Sim, é mesmo! – Diz o pai.- É a lua! Que linda é a lua, não é, meu filho? 
A criança nada responde, e continua observando, encantada, o satélite natural da Terra. 
As crianças sabem que o belo precisa ser contemplado, e que qualquer palavra é pequena e insuficiente para descrevê-lo.
Após isto, o pai torna o olhar para fora também, e consegue observar a maravilha de uma noite enluarada de outono.
Consigo então pensa: 
-Quando deixei de ver a lua?... 
Lembrou-se que fazia muito tempo, desde a última vez que pôde contemplar o fulgurante brilho lunar. 
-Será que me esqueci da lua?... Ela certamente não esqueceu de mim, pois há pouco conversava com meu filho, em pensamento... 
* * * 
Os dias tumultuosos, os muitos afazeres, as preocupações. Tudo isso pode nos fazer perder um pouco o contato com a natureza, e com as coisas simples da vida. 
Começa o ano, quando vemos já é março, já é junho... 
E nesse tempo todo – pois é muito tempo – não pudemos ver o céu estrelado, um pôr do sol, ouvir um pássaro cantar...
Faltou tempo, alegamos, quando na verdade faltou oportunidade. 
E quem é capaz de criar tais oportunidades? 
Somos nós apenas, ninguém mais. 
O contato com a natureza nos renova as forças, nos proporciona momentos de reflexão, de pensamentos mais leves, despretensiosos até... 
Tudo isso faz bem à alma e ao corpo.
O ser humano precisa recarregar suas energias, constantemente, e Deus nos deu diversas fontes inesgotáveis de tais recursos. 
Uma volta na quadra a passos lentos. 
Um piquenique sem hora para começar ou terminar. 
Alguns minutos de brincadeira com os filhos... 
Um jantar surpresa, a dois. 
Uma visita a alguém querido. 
Um final de semana sem TV ou Internet... 
Não podemos nos deixar ser simplesmente consumidos, pelo mundo moderno e suas neuroses atuais. 
A vida é muito mais que acordar, trabalhar, alimentar-se, usufruir de pequenos prazeres, dormir... 
* * * 
Estamos aqui, na Terra, com objetivos muito claros e nobres.
Estamos aqui para crescer, para nos transformar em pessoas de bem através do amor. 
Se nos esquecemos disso passamos a ser espécies de zumbis sociáveis, afogados em mil afazeres, sempre fazendo algo – sem tempo para nada – mas, vazios, tristes, depressivos. 
Assim, não deixe de ver a lua, de notar as estrelas, e de se maravilhar com elas. 
Não deixe de estar de corpo e alma com quem você ama; não deixe de observar a natureza, e escutar o que ela sempre tem a lhe dizer. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 16 e no livro Momento Espírita, v. 9, ed. FEP. 
Em 13.09.2024

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