EMMANUEL ANDRÉ LUIZ CHICO XAVIER |
Você pensou, alguma vez, no que vai deixar para os que permanecerão na Terra, após a sua partida?
Ou para quem ainda virá?
Talvez consiga pensar, rapidamente, nos seus bens, naquilo que chamamos de patrimônio e logo lembre da palavra testamento.
Testamento é um instrumento jurídico, uma manifestação da última vontade, na qual a pessoa estabelece o que deverá ser feito com seu patrimônio após a sua morte.
Alguns podemos deixar bens de valores significativos, conquistas de toda uma vida, somadas a heranças de outras gerações.
Outros deixaremos pouco ou quase nada.
Não conseguimos juntar, guardar.
A vida foi difícil e tudo foi se perdendo ao longo dos anos.
Os primeiros poderemos nos orgulhar de estar deixando para os sucessores um excelente legado.
Os segundos poderemos até nos sentir envergonhados.
Não deixamos nada.
Trabalhamos uma vida toda e não construímos patrimônio algum...
Há, no entanto, outra espécie de testamento a ser considerada. Inclusive, mais importante que o significado legal de patrimônio. Trata-se do testamento natural.
Este diz respeito a tudo aquilo que deixamos para nossos contemporâneos através do exemplo.
Exatamente isto: o que deixamos pelos nossos exemplos, o que deixamos pelas obras que edificamos ou pelas obras que destruímos.
Sim, pois um testamento poderá vir repleto de dívidas para os herdeiros.
Se nossa conduta foi incorreta, se nossos exemplos fizeram com que arrastassem multidões para o desatino, estará lá devidamente registrado em nosso testamento natural.
Voltamos à questão inicial:
Pensamos, alguma vez, no que deixaremos para os que ficam ou para os que virão depois de nós?
Não nos preocupemos em demasia com o patrimônio material.
Natural que tenhamos zelo, respeito, sempre importantes.
E os bens que deixarmos poderão auxiliar aqueles a quem designarmos como herdeiros.
Mas há essa outra herança muito maior a ser considerada.
Pelo que seremos lembrados?
Pelo que ficaremos conhecidos?
Algumas décadas depois da nossa morte talvez pouco exista do patrimônio deixado.
Não sabemos o que pode acontecer com a fortuna.
Ela muda de mãos.
O mundo é repleto de instabilidades e injustiças.
No entanto, o legado moral fica.
A lembrança daquele pai, daquela mãe inesquecível, daqueles conselhos de vó.
Nada se perde.
As obras sociais daquela figura pública.
As transformações que causou nas gerações e o quanto aquela geração transformou a próxima.
Isso não se perde e isso não tem fim.
Então, qual é o nosso testamento natural? O que estamos deixando?
Que exemplos de vida estamos deixando para os nossos filhos, nossos irmãos, nossos amigos?
Que exemplos deixaremos para a sociedade?
Alguns de nós talvez consigamos preencher uma folha de papel listando bens materiais para um possível testamento.
Será que conseguimos fazer o mesmo com nosso testamento natural?
Que obras deixaremos para o mundo?
Como desejamos ser lembrados daqui a cem anos?
Pensemos nisso e revisemos, logo, nosso importante testamento natural.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 49,
do livro Opinião Espírita, pelos Espíritos Emmanuel e
André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier
e Waldo Vieira, ed. CEC.
Em 26.09.2024
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