sexta-feira, 20 de setembro de 2024

MAL DO SÉCULO

DIVALDO PEREIRA FRANCO
Ouve-se, por vezes, a afirmativa de que a mediunidade é, hoje, a doença do século. 
E aponta-se como causa da loucura, do desequilíbrio mental, o seu exercício. 
Ora, a mediunidade é uma faculdade psicofísica, que é normal em quase todas as criaturas. 
O eminente professor Charles Richet a denominou sexto sentido. 
Portanto, não é algo novo. 
A mediunidade esteve presente em Francisco de Assis, que se extasiava ante o espetáculo da natureza e compunha poemas delicados, extravasando o que sua alma percebia da Espiritualidade Superior. 
Igualmente nos êxtases de Teresa d'Ávila ou nos colóquios de Rita de Cássia, que chegou a reproduzir em seu corpo as chagas do Cristo. 
A mediunidade, hoje tão conhecida e pouco compreendida, se encontra descrita na Primeira Epístola aos Coríntios, pelo Apóstolo Paulo, quando fala dos dons e dos carismas. 
Uns veem, outros ouvem, outros falam, outros profetizam, outros curam. 
Os dons e os carismas apresentados por Paulo de Tarso são a mediunidade. 
Por ser apanágio dos homens, a possuem bons e maus.
Assim a possuía também Adolf Hitler, que chegou a exercê­-la em Berlim, no período de 1914 a 1918, no grupo Tullis. 
Ele acreditava ser a chibata com a qual Deus puniria a Humanidade. 
Como se percebe, a mediunidade em si não é boa nem má. 
O seu uso depende das condições morais e intelectuais do seu portador. 
Dessa forma, é oportuno corrigir a afirmativa inicial, dizendo que o mal do século é a obsessão e não a mediunidade. 
A obsessão é a influência exercida por um espírito mau sobre o ser encarnado. 
Esse mal sim, hoje dizima milhões de criaturas, com desequilíbrios da personalidade e da própria vida mental. 
A terapêutica é a educação da mediunidade. 
A direção moral que o homem lhe dá, elevando-se na ordem psíquica, moral e emocional, passando a sintonizar com os Espíritos elevados. 
Desses, só receberá sensações agradáveis, bem­-estar e realizações no bem. 
Cabe-nos estudar um pouco mais a mediunidade a fim de melhor compreender essa faculdade que Deus nos empresta para que possamos evoluir. 
* * * 
Cyrano de Bergerac, no século XVIII, descreveu em sua obra Viagem à lua, um foguete de vários corpos e etapas que se queimavam sucessivamente, até situar a cápsula tripulada em órbita. 
Ele também descreveu, na sua obra, o rádio e o gravador. 
Von Braun, o idealizador dos foguetes norteamericanos afirmava que, durante seus anos de juventude em Berlim, via Cyrano. 
Dois exemplos de mediunidade: premonição e vidência de duas personalidades da área literária e científica. 
Redação do Momento Espírita, com base na pergunta nº 8 de Entrevista com Divaldo Pereira Franco, inserida na Revista Informação, de março de 1997 e no artigo A viagem à lua de Cyrano de Bergerac, da Revista O espírita, de outubro/dezembro 1996. 
Em 28.11.2011

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