sábado, 24 de agosto de 2024

UMA GOTA D'ÁGUA

Você já parou, alguma vez, para observar uma gota d’água? 
Sim, uma pequena gota d’água equilibrando-se na ponta de um frágil raminho... 
Com graciosidade, a gotícula desafia a lei da gravidade, balançando-se nas bordas das folhas ou nas pétalas de uma flor. 
São gotas minúsculas, que enfeitam a natureza nas manhãs orvalhadas ou permanecem como pequenos diamantes líquidos, depois que a chuva se vai. 
É por isso que um bom observador dirá que a vida seria diferente se não existissem gotas de água para orvalhar a relva e amenizar a secura do solo. 
Madre Tereza de Calcutá foi uma dessas almas sensíveis. 
Um dia, um jornalista que a entrevistava lhe disse que, embora admirasse o seu trabalho junto aos pobres e enfermos, considerava que o que ela fazia, diante da imensa necessidade, era como uma gota d’água no oceano. E aquela pequena sábia mulher lhe respondeu: 
-Sim, meu filho, mas sem essa gota d’água o oceano seria menor.
* * * 
Sem dúvida uma resposta simples e extremamente profunda, pois, sem os pequenos gestos que significam muito, a vida não seria tão bela... 
Um aperto de mão, em meio à correria do dia a dia...
Um minuto de atenção a alguém que precisa de ouvidos atentos, para não cair nas malhas do desespero... 
Uma palavra de esperança a alguém que está à beira do abismo. 
Um sorriso gentil a quem perdeu o sentido da vida. Uma pequena gentileza diante de quem está preso nas armadilhas da ira. 
O silêncio, frente a ignorância disfarçada de ciência...
A tolerância com quem perdeu o equilíbrio. 
Um olhar de ternura para quem pena na amargura.
Pode-se dizer que tudo isso são apenas gotas d’água, que se perdem no imenso oceano, mas são essas pequenas gotas que fazem a diferença para quem as recebe. 
Sem as atitudes, aparentemente insignificantes, que dentro da nossa pequenez conseguimos realizar, a Humanidade seria triste e a vida perderia o sentido.
Um abraço afetuoso, nos momentos em que a dor nos visita a alma... 
Um olhar compassivo, quando nos extraviamos do caminho reto... 
Um incentivo sincero de alguém que deseja nos ver feliz, quando pensamos que o fracasso seria inevitável... 
Todas essas são atitudes que embelezam a vida. E se um dia alguém lhe disser que esses pequenos gestos são como gotas d’água no oceano, responda, como madre Tereza de Calcutá, que sem essas gotas o oceano de amor seria menor. 
E tenha certeza disso, pois as coisas grandiosas são compostas de minúsculas partículas. 
* * * 
Sem a sua quota de honestidade, o oceano da nobreza seria menor. 
Sem as gotas de sua sinceridade, o mar das virtudes seria menor. 
Sem o seu contributo de caridade, o universo do amor fraternal seria consideravelmente menor. 
* * * 
Pense nisso! 
E jamais acredite naqueles que desconhecem a importância de um pequeno tijolo na construção de um edifício. 
Lembre-se da minúscula gota d’água, que delicadamente se equilibra na ponta do raminho, só para tornar a natureza mais bela e mais romântica, à espera de alguém que a possa contemplar. 
E, por fim, jamais esqueça que são essas mesmas pequenas e frágeis gotas d’água que, com insistência e perseverança, conseguem esculpir a mais sólida rocha. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 10, ed. FEP. 
Em 24.8.2024.

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