No entanto, não nos iludamos.
Ele é curto comparado ao serviço que nos compete realizar, a bem de nós mesmos.
Assim, justo meditar no gasto excessivo de forças, no trato com assuntos da vida dos outros.
Pensemos:
Quantos milhares de minutos e de frases esbanjamos por décadas, sem a mínima utilidade, ventilando temas e questões que não nos dizem respeito?
Percebamos os temas das nossas principais conversas em família.
Notemos os assuntos pelos corredores das repartições.
Escutemos nossas falas, na maioria das reuniões de amigos.
Iremos nos assustar.
Para termos ideia dessa perda, reflitamos em três conclusões de interesse fundamental.
Primeira: o que os outros pensam.
Aquilo que os outros pensam é ideia deles. Não podemos lhes tomar o lugar e nem a cabeça para lhes imprimir nossos pensamentos.
Cada um tem a sua própria interpretação diante das realidades do mundo.
Um indígena e um físico contemplam a luz, mantendo conceitos absolutamente diferenciados entre si.
Acontece o mesmo na vida moral. Necessário nutrir o próprio cérebro com pensamentos limpos, mas não está em nosso poder exigir que os semelhantes pensem como nós.
Segunda: o que os outros falam.
A palavra dos outros, sejam amigos, adversários, conhecidos ou desconhecidos, é criação verbal que pertence a eles apenas.
De forma efetiva, eles se expressam como podem. Comentam as ocorrências do dia a dia com os sentimentos dignos ou menos dignos de que são portadores.
É nosso dever cultivar a conversação criteriosa, saudável. Contudo, não dispomos de meios para interferir na manifestação pessoal dos que nos cercam, por mais caros que nos sejam.
Terceira conclusão: o que os outros fazem.
A atividade dos nossos irmãos é fruto da escolha e resolução que lhes cabe.
A Sabedoria Divina não nos criou para sermos cópias ou guardiões uns dos outros. Cada consciência é um domínio à parte.
As criaturas que nos rodeiam agem com excelentes intenções, nessa ou naquela esfera de trabalho, e se ainda não conseguem agir melhor, ou com plena retidão, isso é problema deles e não nosso.
Cobremos sempre a ação nobre de nossa parte, mas não imponhamos esperar o mesmo do próximo.
Cada um está dando aquilo que pode dar.
As três conclusões nos ajudam a conviver melhor, a desperdiçar menos tempo com o que se refere à vida alheia, e mais tempo com nossas próprias obrigações.
Podemos e devemos ajudar, cooperar, sem dúvida alguma.
Numa sociedade colaborativa, todos saem ganhando com o conviver pacífico e respeitoso.
Todavia, reflitamos sobre o tempo excessivo gasto na preocupação com aquilo que os outros pensam, falam e fazem.
A maior parte disso não nos diz respeito e não pode ser alterada por nós.
Importante dar a cada um o direito de ser como é e a nós o de ser como somos: obras em permanente mudança.
Em síntese: respeito para os outros e obrigação para nós.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 22, item
Três conclusões, do livro Estude e Viva, pelos Espíritos Emmanuel e
André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira,
ed. FEB.
Em 28.6.2023.
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