domingo, 4 de junho de 2023

JUSTIÇA E EQUILÍBRIO

CHICO XAVIER E EMMANUEL
Em determinada passagem de Epístola, o Apóstolo Paulo afirma: 
-Pois aquilo que o homem semear, isto também ceifará. 
Habitualmente, se entende que somente após a vida terrestre faremos um balanço de nossas ações, recebendo a justa recompensa, seja paz ou desequilíbrio. 
Ocorre que não é necessário morrer para perceber a atuação da lei das compensações. 
Reparemos o cenário da luta vulgar na Terra. 
Há homens que são indiferentes às dores do próximo. 
Por seu turno, eles também recebem a indiferença quanto às dores que experimentam. 
Muitos optam pelo afastamento do convívio social. 
Para esses a solidão deprimente é a resposta ao mundo. 
Alguns se permitem utilizar extrema severidade no trato com o semelhante. 
Mas também são julgados pelos outros com rigor e aspereza. 
Há quem pratique, em sociedade ou em família, a hostilidade e a aversão.
Naturalmente, encontra entre vizinhos e parentes, primordialmente, antipatia e desconfiança. 
Entretanto, muitos optam por demonstrar carinho e respeito, mesmo por desconhecidos. 
Esses gestos amigos granjeiam o concurso fraterno até de grupos anônimos que a todos cercam. 
Pequeninas sementeiras de bondade geram abençoadas fontes de alegria. 
O trabalho bem vivido produz o tesouro da competência. 
Atitudes de compreensão e gentileza estabelecem solidariedade e respeito, junto a nós. 
Otimismo e esperança, nobreza de caráter e puras intenções atraem preciosas oportunidades de serviço, em nosso favor. 
Todo dia é tempo de semear. 
Todo dia é tempo de colher. 
Não é necessário atravessar as portas do túmulo para encontrar a justiça, face a face. 
A justiça revela-se no cotidiano, nos princípios de causa e efeito, em todos os instantes de nossa vida.  ­
A justiça Divina é, em última instância, uma lei de harmonia. 
Deus criou o mundo com base em leis perfeitas, que regem a vida e a evolução das criaturas. 
A energia que lançamos no mundo, seja de paz ou de desarmonia, nos pertence. 
Ela até pode afetar momentaneamente os outros, mas sempre volta à origem, para quem a emitiu. 
Esse raciocínio evidencia o equívoco de pretender que Deus castiga Suas criaturas. 
É inconcebível imaginar Deus no papel de carrasco, sondando os atos de cada um de Seus filhos, para puni-los ao menor desvio. 
Ele nos dá livre-arbítrio, a fim de que cresçamos em experiência, discernimento e compreensão. 
Mas também nos dá responsabilidade por nossos atos, permitindo que experimentemos as consequências de todos eles. 
Assim, se causamos desequilíbrio no Universo, fazendo mal a um semelhante, devemos restabelecer o equilíbrio original, reparando as consequências. 
Nesse contexto, está inteiramente em nossas mãos optar pela paz ou pela discórdia, pela saúde ou pela doença. 
Se tudo o que ofertamos ao mundo a nós retorna, é questão de bom senso adotarmos um padrão de conduta generoso e nobre. 
A sementeira de ontem já foi lançada e hoje colhemos os seus frutos. 
Não há como retornar sobre os próprios passos e desfazer o passado.
Mas o amanhã está inteiro por construir. 
Optemos firmemente pelo bem, seguindo os exemplos do Cristo. 
Bem rápido a vida nos dará frutos de paz e amor. 
Afinal, como disse o Apóstolo, aquilo que o homem semear, isto também ceifará. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. XXXIV do livro Segue-me!, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. O Clarim. 
Em 23.7.2014.

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