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RAUL TEIXEIRA SOBRE O ESPÍRITO ROSÂNGELA |
Ela estava sozinha e, naquele dia de primavera, decidira almoçar ao ar livre, sentada em um banco, à sombra de majestosa árvore. Era o seu horário de descanso do escritório e desejou imaginar que estivesse em um piquenique.
Naqueles momentos, começou a refletir sobre a sua solidão. Após o divórcio, ela terminara de criar seus filhos sozinha e estivera ocupada demais tentando sobreviver.
Pensava, naquele momento, que talvez fosse por isso que não encontrara outro companheiro. Alguém com quem pudesse compartilhar a sua vida e o seu amor.
Ela se mantivera ocupada com as atividades da filha adolescente, acompanhando-a a um e outro lugar, ou visitando os filhos mais velhos e o novo neto, além de cuidar da profissão e trabalhar no grupo religioso de sua comunidade.
Lembrou que no escritório havia muitas colegas casadas e que recebiam, às vezes, flores dos seus maridos. Os buquês maravilhosos chegavam, geralmente, acompanhados de um cartão, dizendo que as flores estavam sendo enviadas só porque "
eu amo você".
Ela admirava as flores, mas admirava mais os sentimentos que havia por trás daqueles gestos.
Ela fora infeliz no casamento e nunca recebera tais mimos. Aliás, nada que indicasse que ela era uma mulher amada. E, porque adoraria receber flores, não podia deixar de invejar aquelas mulheres.
Elas eram felizes. Tinham maridos que as amavam e que, mesmo após anos de convívio conjugal, se lembravam de remeter flores, serem criativos, surpreender.
As flores ficavam dias sobre as mesas, em jarros d’água, perfumando o ambiente, atestando a existência de um sentimento cálido e maduro.
E ela se sentia tão só. Sua mesa sempre estava despida de cores e perfume. Vazia.
Enquanto assim se perdia em pensamentos, sentiu alguma coisa cair em sua cabeça. Era uma flor despencando em direção à grama.
Olhou para cima e viu que a árvore enorme, sob a qual estava sentada, trazia a copa repleta de graciosas flores vermelhas, penduradas quase ao alcance de sua mão.
Ela não as havia notado porque não olhara para cima. Deu-se conta, então, que estava sendo agraciada com flores, lindas flores de Alguém que a amava. Sempre a amara e não desejava que ela ficasse sem recebê-las.
Ela olhou para o chão, colheu as flores dispersas, lindas, vibrantes e compôs um ramalhete.
Levou-as para sua mesa de trabalho e as colocou em uma jarra de vidro.
Durante todo aquele dia, foi maravilhoso contemplá-las, enquanto trabalhava. Elas a fizeram lembrar que Deus quis lhe dar flores só porque Ele a amava.
* * *
As flores que lançam aromas nos canteiros são mensagens do amor de Deus falando nos jardins.
Os passarinhos que pipilam nos prados e cantam nos ramos são a presença do amor de Deus se manifestando nos ninhos.
O filete transparente de águas cantantes, que beija a face da rocha, canta o amor de Deus, jorrando suave da pedra.
As vagas agigantadas que se arrebentam nas praias mostram o amor de Deus engrandecendo-se no mar.
Os astros que giram na amplidão enaltecem o Amor Divino, enquanto falam dessa cadeia que une os seres e as coisas na Casa de Deus.
Por tudo isso jamais te sintas não amado.
Porque se não tiveres quem te diga aos ouvidos: Eu te amo, Deus te abraça com Seus raios de luz e te dá, todos os dias, o mundo para viver, amar e ser feliz.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Só
porque eu amo você, de Suzanne F. Diaz, do livro
Histórias para o coração da mulher, de Alice Gray, ed.
United Press e no cap. 22, da obra Rosângela, pelo
Espírito Rosângela, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 7.7.2014.
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