Foram nove meses de isolamento social, intercalados por lockdown, toque de recolher, hospitais sem vagas para os infectados com a COVID.
Talvez nossos avós e bisavós tenham experienciado alguma dessas questões, de forma semelhante, na gripe espanhola que manteve o mundo em polvorosa por dezoito meses.
Muitos afirmam que esse ano foi perdido.
Não valeu nada.
São os pessimistas, aqueles que somente conseguem ver o que é ruim, desastroso, mau.
Os que temos olhos de ver, ouvidos de ouvir, com certeza nos demos conta do quanto crescemos nesses meses.
Para sobreviver, tivemos que nos reinventar, criando formas diferentes de vender nosso produto.
Nosso pão caseiro, bolachas, nossas hortaliças passaram a ser ofertadas pelo site que elaboramos.
Nosso pequeno negócio precisou se adequar a regras de controle: álcool gel, máscara, circulação contida.
Entrega a domicílio.
Inauguramos nosso próprio delivery.
Cada um de nós a seu modo, do seu jeito, conquistando clientela.
Os religiosos, com nossos templos de portas cerradas, criamos atendimento on-line para os necessitados da alma.
E horários diversificados para a entrega das cestas básicas aos carentes do corpo.
Passamos a utilizar as plataformas digitais que estavam aí, há tanto tempo. Descobrimos os seus grandes benefícios.
Nosso Evangelho no lar, feito portas familiares adentro, se estendeu para o mundo.
Convidamos amigos, parentes para participarem, enchendo as janelinhas de uma ou outra plataforma digital.
E a dimensão foi se ampliando, amigo enviando a amigo até perdermos a conta de quantos participam dessa nossa atividade.
Nosso estudo em grupo, de trinta a quarenta pessoas, em uma sala, tomou a dimensão de dezenas e mais dezenas de pessoas que aderiram.
Aprendemos a nos comunicar pelas janelinhas, a debater ideias, apresentar vídeos, criar maravilhas, ofertar a nossa poesia, o nosso canto.
Avaliemos o quanto crescemos, o quanto fizemos, demonstrando que quando a adversidade se apresenta, acionamos nosso potencial criativo e a superamos.
Superamos a distância, o isolamento, a vontade de abraçar.
Aprendemos a sorrir pelos olhos porque a máscara nos cobre o nariz e a boca.
Foi nesse ano de tantas dores, de tantas mortes, de tantas perdas, que aprendemos a olhar para os invisíveis.
Para os lixeiros que nunca deixaram de vir fazer a coleta, nos dias e horas precisos.
Para tantos atendentes em postos de saúde, enfermeiros, cuidadores.
Aprendemos a aplaudir os médicos, dedicados e exitosos.
Reconhecemos a importância do trabalho dos garis que limpam as ruas das nossas cidades.
Alguns, mais sensíveis, como uma garota de dez anos, de uma cidade do Tocantins, resolveu fazer algo mais.
E preparou para esses invisíveis, de todos os dias, um super café da manhã.
Um dos agraciados com a gentileza de Cinthya afirmou:
-Precisamos olhar mais para o próximo. Que continue sempre assim.
Convenhamos: esse ano foi desafiador.
Alguns sofremos grandes perdas de amores, de valores amoedados.
Mas, crescemos.
E aqui estamos no novo ano.
Podemos afirmar: vencemos.
E prosseguiremos.
Redação do Momento Espírita.
Em 8.3.2021.
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