terça-feira, 14 de julho de 2020

A DÁDIVA DE VIVER

Por vezes, você caminha pela vida com o olhar voltado para o chão, pensamento em desalinho, como quem perdeu o contato com sua origem divina. 
Olha, mas não vê... Escuta, mas não ouve. Toca, mas não sente...
Perdido na névoa densa, que envolve os próprios passos, não percebe que o dia o saúda e convida a seguir com alegria, com disposição, com olhar voltado para o horizonte infinito, que lhe acena com o perfume da esperança. Considere que seu caminhar não é solitário e suas dores e angústias não passam despercebidas diante dos olhos atentos do Criador, que lhe concede a dádiva de viver. Sua vida na Terra tem um propósito único, um plano de felicidade elaborado especialmente para você. Por isso, não deixe que as nuvens das ilusões e de revoltas infundadas contra as leis da vida tornem seu caminhar denso e lhe toldem a visão do que é belo e nobre. Siga adiante refletindo na oportunidade milagrosa que é o seu viver. Inspire profundamente e medite na alegria de estar vivo, coração pulsante, sangue correndo pelas veias e você, vivo, atuante, compartilhando deste momento do mundo, único, exclusivo. E você faz parte dele. Sinta quão delicioso é o aroma do amanhecer, o cheiro da grama, da terra após a chuva, do calor do sol sobre a sua cabeça ou da chuva a rolar sobre sua face. Sinta o imenso prazer de estar vivo, de respirar. Respire forte e intensamente, oxigenando as ideias, o corpo, a alma. Sinta o gosto pela vida. Detenha-se a apreciar as pequeninas coisas que dão sentido à vida. Aquela flor miúda que, em meio à urze sobrevive linda, perfumosa, a brilhar como se fosse grande. Sinta-se vivo ao apreciar o voo da borboleta ou do pássaro à sua frente. Escute os barulhos da natureza, a água a escorrer no riacho ou simplesmente aprecie o céu, com suas nuvens a formar desenhos engraçados, fazendo e desfazendo-se sob seus olhos. Quão maravilhosa é a vida! Mas, se o céu estiver escuro e você não puder olhá-lo, detenha-se no micro-universo. Olhe para o chão. Quanta vida há no chão... Minúsculos seres caminhando na terra, na grama... A formiga na sua luta diária pela sobrevivência... A aranha a tecer sua teia, caprichosamente. Tantas coisas para ver, ouvir, sentir, cheirar, para fazer você se sentir vivo. Observar a natureza é pequeno exercício diário que fará você relaxar, esquecer por instantes as provas, ora rudes, ora amenas, que a vida lhe impõe. Somos caminhantes da estrada da reencarnação somando, a cada dia, virtudes às nossas vidas ainda medíocres mas que se tornarão luminosas e brilhantes. Aprenda a dar valor à dádiva da vida. Isso fará o seu dia se tornar mais leve e, em silêncio, sem palavras, sem pensamentos de revolta, você terá usufruído um momento de louvor a Deus. Aprenda a silenciar o íntimo agitado e a beneficiar-se das belezas do mundo que Deus lhe oferece. A sabedoria hindu aprecia, na natureza, o que Deus desejou para ela: que fosse aliada do homem no seu progresso, oferecendo o alimento, dando-lhe os meios de defender-se das intempéries. E, sobretudo, sendo o seu colírio diário suavizando as aflições da vida. 
Pense nisso, e aprenda a dar graças pela dádiva de viver. 
Redação do Momento Espírita, com base em mensagem do Espírito Stephano, psicografia de Marie-Chantal Dufour Eisenbach, na Sociedade Espírita Renovação, em junho de 2005. 
Em 13.7.2020

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