Richard Simonetti |
Na Epístola aos Efésios, capítulo 5, versículos 14 a 17, Paulo de Tarso conclamava os homens no seguinte sentido:
-“Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará.
Andai prudentemente, não como néscios e, sim, como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus.
Não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual é a vontade do Senhor.”
Paulo indicava o ideal cristão como sendo a sublime meta a ser alcançada pelo homem.
Ao dizer que “os dias são maus”, reportava-se aos problemas, às dificuldades cotidianas que, ontem como hoje, marcam nossas existências.
Diversas são as dores que afligem nossos dias.
Provas e expiações são características constantes do mundo em que vivemos.
Por isso, devemos conduzir nossos passos com cautela, não como tolos que não sabem o que fazem.
Devemos cultivar a reflexão, resgatando o tempo perdido nas veredas dos erros.
O tempo é um tesouro de valor inestimável concedido a todos, por Deus, de forma indistinta.
Os minutos, os dias, os séculos têm a mesma duração para todos os seres.
Mas como utilizamos esse tempo?
Afinal, o modo como nos valemos dele é que faz a diferença, o resultado.
Usamos nosso tempo ou apenas o desperdiçamos?
“Matamos” o tempo, valemo-nos de meros “passatempos”, ou o investimos como uma moeda valiosa capaz de nos trazer grandes lucros?
Onde estivermos, poderemos adquirir valiosos patrimônios de experiência e de conhecimento, de virtude e de sabedoria.
Para tanto, não podemos permitir que os minutos se escoem improdutivamente.
Muitas pessoas passam a vida como se estivessem mergulhados em um sonambulismo, embalados no sonho da ilusão.
Deixam que séculos decorram, semeando apenas inconsequências e vícios, comprometendo o futuro com a colheita inevitável de sofrimentos.
É imperioso, portanto, que aproveitemos as horas.
Podemos começar tentando corrigir nossas próprias imperfeições.
Os vícios, por exemplo, não representam apenas perda, mas também comprometimento futuro do tempo.
Quantos minutos perde o fumante, por ano, no ritual das baforadas de nicotina?
Quantas horas precisa trabalhar para alimentar seu vício?
Quantos dias abreviará de sua existência em virtude das moléstias que decorrem do uso do cigarro?
Quantos anos sofrerá, mesmo depois da própria morte, para reequilibrar o próprio Espírito?
E o maledicente?
Quantos minutos perde diariamente divagando sobre o comportamento alheio?
E quantas existências gastará depois, às voltas com males que sedimentará em si mesmo?
Tantas são as opções para quem pretende aperfeiçoar o próprio espírito!
Tantas são as oportunidades diárias que surgem para quem tem olhos de ver e ouvidos de ouvir!
Disciplinar palavras e emoções.
Ensaiar atitudes de humildade.
Treinar a paciência.
Ampliar seus conhecimentos.
Conter a língua ferina.
Eis aí algumas sugestões iniciais para quem se disponha a aplicar valiosamente seu tempo em seu real benefício.
Afinal, Deus nos oferece a bênção do tempo para as experiências humanas, mas, cedo ou tarde, deveremos prestar contas à Divindade, da forma como utilizamos esse precioso presente.
Pensemos nisso, desde agora.
Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. O grande tesouro, do livro Uma razão para viver, de Richard Simonetti, ed. São João.
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