JOANA DE ÂNGELIS E DIVALDO PEREIRA FRANCO |
A História nos diz que a espada começou a ser usada, pelo homem, de forma tosca, no chamado período paleolítico, como instrumento de defesa contra os animais.
Também como auxiliar em algumas atividades, no intuito de melhorar as condições da própria existência.
Com o passar do tempo, foi se transformando em uma arma agressiva, ceifando vidas humanas nos ferozes combates entre tribos e clãs.
Deu origem, de alguma forma, para a lança e a flecha, que serviam para a caça e a pesca. Mas, especialmente, para a guerra.
Mais tarde se converteu em troféu de honra e galardão para os cavaleiros e os chefes de Estado.
Por sua vez, a cruz tem origem na Caldeia Antiga, como instrumento de aflição e morte dolorosa.
Os romanos a utilizaram largamente, com o objetivo de torturar as vítimas, lhes impondo grandes sofrimentos, matando-as pela asfixia, além de todas as dilacerações terríveis que produzia nos condenados à morte.
Os Evangelhos narram que, no episódio da prisão de Jesus, no Horto das Oliveiras, o apóstolo Pedro tomou da espada que levava e com ela decepou a orelha do soldado Malco.
A intervenção de Jesus não se fez esperar, curando o ferimento e, ao mesmo tempo, advertindo Pedro a que guardasse sua espada.
Como Príncipe da Paz, Jesus jamais poderia aderir a qualquer tipo de violência, mesmo que fosse para preservar a Si próprio.
Interessante se observar que a espada tem o mesmo formato da cruz, no entanto, enquanto a primeira agride, a segunda se tornou símbolo da entrega e do sacrifício total, com o suplício de Jesus.
Depois dEle, muitos cristãos foram presos à cruz do martírio, por amor à verdade, por desejarem pregar a paz e o amor entre todas as criaturas.
* * *
Hoje, ainda existem muitos que utilizam a espada. Não necessariamente a de metal ou ferro, mas a da calúnia, que rouba a paz e a harmonia dos caluniados; a espada da maledicência, que gera tragédias e destroça vidas nobres; a da intriga e da censura perversa que, com suas lâminas afiadas, aniquilam sentimentos e despertam a inveja dos maus.
Todos os que sofrem, com coragem e resignação, os efeitos danosos dessas espadas destrutivas em suas vidas se encontram supliciados em invisíveis cruzes.
Ao ser crucificado, Jesus transformou o instrumento de punição em bênçãos. Com ela, Ele criou um hífen de luz entre a Terra dos homens e o infinito de Deus.
Os que somos os Seus seguidores O devemos imitar.
Sermos simples de coração, adornando a própria alma com as condecorações sublimes das cicatrizes morais dos testemunhos silenciosos.
Testemunhos somente conhecidos pelo Senhor da Vinha, que permanece atento, sustentando os fiéis servidores.
Como Ele, jamais erguer a espada do revide para ferir o agressor. Antes, utilizar o recurso do perdão, que engrandece e liberta quem o oferece, proporcionando paz.
Assim agindo, tomaremos da espada que tenta nos mutilar as melhores intenções, a cravaremos no solo, transformando-a numa cruz, através da qual alçaremos voo ao Alto, rumo ao bem, à alegria e a paz.
Pensemos nisso. Conquistemos nossa felicidade, seguindo o exemplo do Modelo e Guia.
Redação do Momento Espírita, com base na mensagem
Ante a cruz e a espada, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica
da noite de 28 de agosto de 2013, no Centro Espírita Caminho
da Redenção, em Salvador, Bahia.
Em 16.4.2015.
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