O homem observava com atenção a pequena abertura que apareceu no casulo pendurado em um galho da árvore do seu quintal.
Sentou-se e acompanhou, por várias horas, os esforços da borboleta tentando sair do casulo. Tanto se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco, que o homem já estava ficando impaciente.
Notando que a pequena borboleta não alcançava muito progresso, o homem decidiu ajudá-la.
Pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo.
A borboleta então saiu facilmente, mas seu corpo ainda não estava pronto. Era pequeno e suas asas estavam amassadas como se estivessem grudadas por uma substância pegajosa.
O homem continuou a observar a borboleta esperando que, a qualquer momento, suas asas se abrissem para suportar o peso do corpo e ela pudesse voar livre pelo ar.
Mas, para sua surpresa, nada disso aconteceu. Na verdade, a borboleta passou o resto da vida rastejando, com as asas encolhidas, e nunca foi capaz de voar.
O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar, não compreendia, era que o casulo apertado e o esforço da borboleta para passar através da pequena abertura eram necessários para o fortalecimento de suas asas.
Não compreendendo e, por essa razão, não confiando nas leis da natureza, o homem fez um grande mal à borboleta, pensando em fazer um bem.
Na tentativa de ajudá-la, não permitiu que ela fizesse os esforços necessários ao próprio desenvolvimento.
* * *
Muitos de nós, porque não compreendemos as Leis Divinas, achamos que, pelo fato de termos que fazer esforços e passar por algumas dificuldades na vida, estamos sendo prejudicados.
Todavia, o esforço é justamente o de que precisamos para desenvolver as asas da liberdade.
Se Deus nos permitisse passar pela vida sem quaisquer obstáculos, nós não iríamos ser fortes, nem capazes de alçar voos mais altos, na direção da luz.
Assim, quando evitamos que os nossos filhos ou educandos façam esforços para vencer os desafios naturais, estamos impedindo que fiquem fortes o bastante para romper o casulo da ignorância e crescer com as próprias experiências.
Muitas vezes, na tentativa de ajudar, acabamos prejudicando sobremaneira aqueles que tanto amamos, fazendo por eles as tarefas que lhes competem.
Deus, que é a Suprema Bondade, oferece a todos os Seus filhos oportunidades de elevação nas lutas do dia-a-dia.
Assim também agem os pais conscientes. Observam de perto seus filhos, mas deixam a eles os esforços necessários ao próprio crescimento.
* * *
Se você aspira à subida para conviver com a luz, não se negue ao esforço de abandonar o vale de sombras em que o seu coração vem respirando agora.
Redação do Momento Espírita
Em 24.08.2010.
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