Betty Schimmel |
Dizem que o que acontece nos filmes, acontece na vida. Pois Betty Schimmel viveu o drama de um sonho de amor não realizado.
Aos nove anos conheceu Richie. Na adolescência, a amizade se transformou em amor.
No final de 1944, os nazistas invadiram a Hungria. Betty e sua família foram enviados a um campo de concentração.
Em maio de 1945, ela foi libertada pelos americanos e começou a procurar Richie. Ele fora declarado morto, conforme uma lista que lhe apresentaram.
Então, Otto Schimmel se apaixonou por Betty e, depois de muita insistência, conseguiu que ela se casasse com ele, com a condição de que, se um dia Richie aparecesse, Otto a deixaria partir com o seu grande amor.
Emigraram para os Estados Unidos. Betty morava na casa de seus sonhos, com aqueles que deveriam ser também o marido e a família de seus sonhos: dois meninos e uma menina.
Contudo, o seu coração tinha sido deixado na Europa. Chegou a sofrer um colapso nervoso, pois não conseguia se entregar à felicidade.
Desejando rever a Hungria, fez a viagem sozinha. Na primeira semana em Budapeste, nem conseguiu deixar o hotel. As lembranças eram muitas e pesavam.
Por fim, resolveu ir jantar no Hotel Royal, aquele mesmo onde ela e Richie tinham planejado se casar.
Depois do jantar, ela correu os olhos pelo salão e seu coração disparou. Mesmo de costas, reconheceu Richie. Foi até ele e lhe tocou o braço.
Ele se voltou e, ao vê-la, a abraçou, as lágrimas escorrendo pelo rosto.
Richie era um cientista e estava em Budapeste para uma palestra. Disse que fora capturado pelos nazistas e ficara em um campo de concentração.
Ao ser libertado, a procurara por toda a Europa. Depois, na América.
Ele fora até seu apartamento, em Nova Iorque. Otto o despachara da porta, dizendo que Betty acabara de ter o primeiro filho.
Richie se casara, morava nos Estados Unidos e tinha três filhos. Implorou para que Betty deixasse a família e ficassem juntos.
Nos olhos dele, Betty via refletido todo o amor que haviam compartilhado. Disse que daria a resposta na manhã seguinte, no local de encontro que ambos bem conheciam.
Betty telefonou para Otto, magoada e furiosa porque ele não cumprira a promessa que fizera. Passou a noite andando de um lado para outro. Lembrou de todos os sacrifícios de Otto por ela, pelos filhos. Recordou sua responsabilidade como esposa e mãe e, finalmente, fez sua escolha.
Deixou um bilhete de adeus para Richie. Chorou durante toda a viagem até Paris, onde a esperava o marido.
Então, ela o abraçou, disse que estava voltando para casa e que, pela primeira vez, iria se permitir amá-lo por ele mesmo.
* * *
- Uma vez, disse ela, tive um jovem amor que durou dos nove aos quinze anos, Richie. Deus me brindou com um amor maduro, Otto.
Depois de celebrar cinquenta e quatro anos de casamento, desfrutando da companhia dos filhos e netos, eu sei que tomei a decisão certa.
* * *
Utiliza-te do amor, na elevada expressão do matrimônio e, com a alma eleita, tece os sonhos de ventura indestrutível para o futuro imortal.
E nunca confundas paixão com amor e interesse sexual com afeição legítima.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo
Entre dois amores, de Joyce Gabriel, da revista Seleções
Reader’s Digest, de outubro de 2001 e no verbete
Matrimônio, do livro Repositório de sabedoria, v.2, pelo
Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo
Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 14.4.2014.
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