quinta-feira, 26 de julho de 2018

DO CONHECIMENTO DE SI PRÓPRIO

O progresso intelectual e tecnológico da Humanidade, nos últimos séculos, têm sido bastante significativo. O homem compreendeu muitas das leis da natureza e passou a utilizá-las em seu benefício. Valeu-se da sua capacidade de raciocínio para reduzir esforços físicos e produzir máquinas que auxiliam e facilitam trabalhos repetitivos. Descobriu a cura de diversas doenças, fabricando remédios e criando técnicas que diminuem o sofrimento físico e salvam vidas. Desenvolveu projetos para aumentar a produção de alimentos e novas formas de armazenamento e conservação. Estabeleceu meios eficazes de comunicação que facilitam contatos e a obtenção das mais variadas informações. O homem alcançou a lua e ruma, agora, em direção a planetas e estrelas distantes. São grandes vitórias, mas não representam por si só o final da batalha. Isso porque as alegrias ainda são passageiras e o sentimento de insatisfação continua habitando o coração do homem. Resta um vazio, uma sensação de que algo importante foi deixado para trás. E realmente foi. Em meio a tantas realizações, o homem acabou esquecendo de conquistar a si mesmo, de domar sua própria essência. Gasta seu tempo e seu esforço, procurando, mundo afora, o que só encontrará em si mesmo. Seus motivos, sua razão, suas verdades. Deseja alcançar a felicidade e a paz. Crê que as encontrará em rostos, em afetos, em conquistas materiais, em paisagens paradisíacas. Ledo engano. Ninguém, nada, nem lugar algum, será capaz de satisfazê-lo real e definitivamente, enquanto ele não conhecer a si mesmo. Faz-se necessário que o homem empreenda a mais difícil de todas as jornadas. Um caminho sem medida e sem volta. Entender-se, respeitar-se e amar-se. É preciso que o homem tenha coragem de mergulhar em si mesmo e buscar conhecer-se. Não se trata de uma tarefa fácil. Afinal, muitas descobertas poderão ser não muito agradáveis. Porém, muitas revelações poderão ser dolorosas. Muito trabalho deverá ser realizado e muitos vícios deverão ser vencidos. Condutas deverão ser revistas e novos hábitos desenvolvidos. Para isso, porém, será preciso ter coragem e determinação. Coragem para reconhecer as próprias deficiências e falhas. Determinação para não desistir do bom combate. Para não abandonar a meta por considerá-la distante e difícil.
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Não somos perfeitos. Ainda não. Mas nosso destino é a perfeição. Quando Deus, em Sua bondade e sabedoria infinitas, criou-nos, semeou em nosso âmago o gérmen da felicidade. É necessário a luz da sabedoria para fazê-lo brotar e frutificar. O autoconhecimento é pré-requisito para que sejamos a cada dia melhores. Assim, pouco a pouco, conscientes de quem e como somos, seremos capazes de vencer a nós mesmos. Transformando o homem velho que ainda existe em nós, alcançaremos o progresso moral que nos falta. Somente então chegaremos ao nosso destino: a verdadeira felicidade. 
Redação do Momento Espírita. Em 03.10.2011.

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