terça-feira, 10 de julho de 2018

DIVULGAR O MAL

RAUL TEIXEIRA
Todos sabemos que as nossas relações sociais são dirigidas pela força das nossas mentes ou pelo poder dos nossos pensamentos. Não é possível, pois, que você não saiba que, tanto quanto há pessoas do seu convívio nas quais você acredita piamente, há diversas outras que creem em você de olhos fechados. Do mesmo modo que é seu dever, como pessoa adulta e reflexiva, analisar tudo o quanto ouve de terceiros, a fim de que não seja joguete das circunstâncias ou instrumento passivo da inteligência alheia. Cabe-lhe ter muito cuidado com aquilo que parte de você e ocupa a mente daqueles que veem você como seu padrão de verdade e correção. Evite trançar informações sobre a vida dos outros, quando não tenha real conhecimento das ocorrências e, quando precisar referir-se a alguém e seus feitos infelizes, adoce a sua informação ou o seu comentário – caso seja imperioso externá-los - com os aromas da fraternal caridade. Não exponha a intimidade dos outros, principalmente se foram eles que a confiaram aos seus ouvidos, sob pena de tornar-se considerado um traidor tanto no mundo quanto para quem o acompanha do invisível. Mais cedo ou mais tarde, você irá responder por essa infidelidade à própria consciência. Não publique as fragilidades dos seus amigos ou conhecidos, justificando que todo o mundo já o sabe, uma vez que conduzir alguém à praça aberta do ridículo costuma render, no futuro, muitos conflitos e dores morais ao animado indiscreto de agora. O que você disser e fizer, no seu trilho cotidiano, servirá de referência e será verdade para muita gente que sofre a sua influência.
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As redes sociais tornam tudo público muito rapidamente. Fotos, vídeos, pensamentos, emoções de momento. Tudo pode ser publicado e logo é de conhecimento de uma infinidade de pessoas. Se pararmos para pensar, isso nos dá um poder e, por consequência, uma responsabilidade imensos. Muitas vezes, em nome do humor, da brincadeira, estamos expondo pessoas ao ridículo, a situações vexatórias, que trazem consequências em suas vidas que não podemos calcular. Em outros casos, divulgamos notícias, relatos, denúncias que não sabemos serem verdades ou não, em nome de uma espécie de cultura da desgraça ou cultura das teorias de conspiração que, com a mesma rapidez que surgem, desaparecem, nos meios digitais. Assim, pensemos bem no que é construtivo ou não. No que é apenas passatempo e no que realmente pode contribuir com o bem comum. Não permitamos que as emoções de momento, das paixões em ebulição, nos façam escrever algo do qual nos arrependamos meia hora depois. Concedamo-nos esta meia hora de reflexão antes. Finalmente, pensemos se fôssemos nós naquela mesma situação, se gostaríamos de estar no foco de tais apontamentos irônicos, de tais brincadeirinhas. Para tudo na vida, até para as regras de atuação e relação nas redes sociais, a recomendação do fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem vale muito, e deve ser a norma número um. Pensemos nisso. Redação do Momento Espírita, com base no cap. 43, do livro Ações corajosas para viver em paz, pelo Espírito Benedita Maria, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter. Em 27.6.2016.

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