domingo, 27 de maio de 2018

DILEMAS MORAIS

Nossa sociedade vive uma crise de valores. Há notícias de corrupção nos mais variados setores. Entre a tentação e o dever, a primeira tem prevalecido. Esse clima pode gerar descrença no futuro. Contudo, uma pequena retrospectiva histórica auxilia a manter a esperança. Embora de forma lenta, a Humanidade vem refinando seus valores. Há pouco tempo eram admitidas práticas hoje amplamente repudiadas. Por exemplo, a escravidão, a prisão por dívidas e o assassinato como forma de defesa da honra. A igualdade da mulher perante o homem constitui conquista recente da Civilização. Por certo, um padrão ilibado de conduta permanece distante da ampla maioria das pessoas. A honestidade ainda é uma casca muito fina a encobrir o desejo de levar vantagem. Se há a perspectiva de lucrar indevidamente, sem ser apanhado, muitos sucumbem. E tal se dá nos mais variados planos da existência humana. São comuns condutas sexuais desequilibradas, traições conjugais e profissionais, fofocas e trapaças. As pessoas se permitem tais desvirtuamentos na crença de que assim agem na conquista da felicidade. Ocorre que não há felicidade sem paz e nem paz sem consciência tranqüila. A tranqüilidade da consciência, por sua vez, pressupõe o dever bem cumprido. Conseqüentemente, traições, mentiras, preguiça e desonestidade não trazem felicidade para ninguém. Muitos se perguntam a razão pela qual os anseios do coração tão freqüentemente conflitam com o dever. É como se a vida negasse deliberadamente o que a criatura considera o ideal para ser feliz. O Espiritismo ajuda a entender esse aparente conflito. Ele ensina que os espíritos encarnam infinitas vezes, com o propósito de se aperfeiçoarem. Todos se destinam à mais completa felicidade. Na plenitude de sua evolução, serão anjos, plenos de amor e sabedoria. No princípio, são grandemente guiados pelos instintos. Mas de forma gradual desenvolvem a razão e conduzem-se por ela. Nesse gigantesco caminhar, cometem alguns equívocos e desenvolvem outros tantos vícios. Com o passar do tempo e o crescer espiritual, muitas fissuras morais não mais se justificam. A consciência despertada para realidades superiores clama por corrigenda. No plano espiritual, entre as existências terrenas, o Espírito contempla sua situação. Verifica quais vícios e equívocos prejudicam sua marcha para a plenitude e decide superá-los. Então, programa para si uma existência terrena com o intuito de melhorar-se. Assume compromissos de trabalho, voltados à sua reforma pessoal. Aceita como parentes Espíritos com quem tenha problemas para resolver. Pede para vivenciar algumas dificuldades, com a finalidade de corrigir-se. É por isso que na vida terrena o dever entra em conflito com os interesses pessoais e as paixões. De um lado há o homem velho, tentado pela perspectiva de cometer novamente antigos equívocos. De outro, um elaborado projeto de disciplina e engrandecimento pessoal. Se você deseja ser feliz, jamais titubeie entre a tentação e o dever. Perante um dilema moral, adote a conduta mais digna possível, mesmo que penosa. O comportamento digno e o cumprimento do dever o libertarão do passado e o habilitarão a vivências sublimes. Ao passo que ceder às tentações implicará a necessidade de retomar a tarefa no futuro, provavelmente em circunstâncias mais árduas. Pense nisso. 
Equipe de Redação do Momento Espírita.

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