Solidão é algo que nos deixa, habitualmente,
entristecidos.
Quando dizemos que desejamos ficar sós, que precisamos
descansar do corre-corre diário, naturalmente desejamos algumas horas de
tranquilidade.
Não estamos cogitando de nos retirarmos do convívio de
familiares, amigos, conhecidos, para sempre.
Histórias de pessoas que ficaram isoladas em
determinadas localidades, por um largo tempo, testemunham da necessidade de
ouvirem a voz humana, uma outra, que não a sua própria.
Pessoas confinadas, por períodos largos, em isolamento,
passam a sofrer certos distúrbios.
O homem foi criado para viver em sociedade. No livro
bíblico de Gênesis, lê-se que Deus verificou que ao homem não seria
bom viver só.
E lhe providencia uma companheira. Nasciam ali as
normativas de uma Lei Divina, a lei de sociedade.
Ter relações de vizinhança, de amizade é de suma
importância para o ser humano.
Isso foi plenamente atestado pelo casal José, de oitenta
e nove anos e Michele, de noventa e quatro, que mora sozinho, em um apartamento
em Roma.
Isolados de contatos exteriores, certo dia, ambos
tiveram um ataque de pânico. Os seus gritos atraíram a atenção dos vizinhos, que
acionaram a polícia.
Pensando se tratar de um assalto, quatro oficiais, que
estavam em patrulha, nas proximidades, atenderam ao chamado.
Quando chegaram ao apartamento, constataram o isolamento
e o pânico do casal.
Andrea, um dos policiais, se deu conta de que eles
estavam desesperados por se sentirem sozinhos, esquecidos de todos.
Então, enquanto aguardava a ambulância, num gesto cheio
de humanidade, foi para a cozinha e se pôs, simplesmente, a cozinhar espaguete
com manteiga e queijo para os vovôs.
Enquanto isso, os outros colegas se puseram a conversar
com eles.
O resultado foi um autêntico jantar em família, sem
cerimônias, servido ali mesmo, na cozinha.
Os idosos comeram e choraram. Mas, suas lágrimas eram de
alegria, por estranhos se importarem com eles.
Um gesto simples, mas de relevância para aqueles dois
idosos, que se sentiam perdidos no mundo.
Para os policiais italianos, nada de mais cozinhar o
espaguete, conversar, entretê-los enquanto chegava o socorro que os conduziria
para um atendimento especializado.
Nada de mais a não ser um ingrediente muito, muito
precioso: humanidade.
* * *
Dias atuais. Época de muita comunicação. Sabemos o que
ocorre em nossa aldeia global, em tempo real.
No entanto, são tempos em que também nos isolamos.
Vivendo em grandes edifícios, muitos desconhecemos os vizinhos do mesmo
andar.
Somos desconhecidos, vivendo lado a lado, parede a
parede.
Entramos e saímos dos elevadores sem erguer os olhos,
sem nos cumprimentarmos, sem sabermos os nomes uns dos outros.
Precisamos tanto uns dos outros. Aprendamos a viver com
nossos vizinhos. Afinal, eles são os mais próximos de nós, para o bom
dia, o olho no olho, um sorriso, uma conversa rápida, um saber que não
estamos sós.
Que, logo ali, estão pessoas com as quais podemos
contar, um dia, em algum momento.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita,com informações colhidas no site www.sonoticiaboa.com.br.Em 26.9.2016.
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