DIVALDO PEREIRA FRANCO |
A origem das palavras, por vezes, carrega tesouros inestimáveis.
Os romanos, nos tempos antigos, tinham o hábito de dar nome aos ventos.
Um vento que eles apreciavam era o vento ob Portus. Ele levava os navios em direção ao porto e, por isso, foi chamado de vento oportuno.
Acabamos, assim, descobrindo a origem de uma palavra que utilizamos com certa frequência: oportunidade.
Em sua origem romana, oportunidade nos remete à ideia de ventos favoráveis que nos levam à segurança de um porto.
O vento inoportuno, por sua vez, é aquele que nos conduz para longe do cais, das realizações, dos objetivos.
Assim como na vida, nem sempre os melhores ventos para navegação são os que nos atingem a popa, os que chamamos de ventos a favor. Esses, por vezes, causam uma instabilidade muito grande na nau, tornando-a incontrolável.
O vento ob Portus não era um vento totalmente a favor. Exigia certa habilidade do navegador. Posicionar e ajustar as velas, virar o leme no ângulo perfeito e perceber o que acontecia ao redor.
O vento da oportunidade também não era uma garantia de que o barco iria chegar sozinho ao porto, sem esforço algum de seus tripulantes. O trabalho era intenso e constante.
Isso nos remete a pensar nas oportunidades que surgem em nossos dias.
A primeira delas, a maior de todas, é sem dúvida, a própria existência terrena. A oportunidade da vida, a oportunidade de crescer; de voltar e acertar; de se perdoar; de acertar as contas; de seguir adiante.
As múltiplas existências são ventos oportunos que nos levam ao porto de nossa felicidade futura.
Caberá à nossa habilidade posicionar as velas alvas da compreensão, o timão seguro do esforço, os mastros grandiosos da fraternidade para que cheguemos lá, mais cedo ou mais tarde.
E depois seguem outras, muitas e muitas, as que percebemos e as que não nos damos conta. Por vezes, a tripulação está adormecida e os bons ventos simplesmente passam sem serem aproveitados.
Em outras nos falta habilidade, paciência, sabedoria ou calma.
Ainda há vezes em que desprezamos ventanias, acreditando que de nada nos servirão, que só irão tirar a nau de seu prumo. E lá se vai outro vento oportuno desperdiçado.
As oportunidades nem sempre são óbvias, não vêm com rótulo, instruções ou avisos luminosos. Caberá à nossa sabedoria decifrá-las.
Porém, elas não cessam de chegar, como esta agora, aqui, neste momento. Você, ouvindo algumas palavras de incentivo, de ânimo, de despertamento.
O que você fará com isso logo após? Que mudanças irá propor para você mesmo? Não será esse mais um vento oportuno?
Pense nisso.
* * *
Dia novo, oportunidade renovada.
Cada amanhecer representa divina concessão, que não podemos nem devemos desconsiderar.
Mantenhamos, portanto, atitude positiva em relação aos acontecimentos que devem ser enfrentados.
Otimismo diante das ocorrências que surgirão; coragem nos confrontos das lutas naturais; recomeço de tarefa interrompida; ocasião de realizar o programa planejado.
Cada amanhecer é convite sereno à conquista de valores que parecem inalcançáveis.
Redação do Momento Espírita, com citação do cap. 1, do livro Episódios diários, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 19.9.2016. As mensagens do Momento
Espírita também estão disponíveis em cd's e livros, em
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