Um compositor de música popular brasileira escreveu, certa vez, que só as mães são felizes.
Certamente, ao assim se expressar, não estava afirmando serem as mães privilegiadas por Deus com felicidade exclusiva.
Tampouco pretendia que se considerasse as mães como figuras alienadas, alheias às dores do mundo, não se infelicitando, portanto, com as desditas da vida, o que as tornaria pessoas felizes.
Mas, então, que felicidade é essa, de que só as mães são portadoras? De onde nasce essa capacidade de ser feliz que toda mãe carrega em sua intimidade?
Ao analisarmos as relações das mães do mundo com seus filhos, veremos sempre o amor, a alegria e a felicidade permeando essa convivência.
As mães são capazes de amar seus filhos, independente de qualquer situação. A mãe de um filho envolvido na drogadição, de um filho déspota, de um criminoso ou de um alienado, amam-no mesmo assim.
Conseguem amar, não pelo que seus filhos são, mas apesar do que enxergam naquilo que seus filhos apresentam.
Amam, não porque idealizam a figura do filho. Mas porque compreendem as suas dificuldades e limitações. Dessa compreensão nasce o entendimento e a alegria da convivência.
Temos grandes lições para aprender com as mães. Se a felicidade delas nasce da compreensão que têm de seus filhos, comecemos hoje a ensaiar nossos passos para compreender o próximo, a fim de também sermos felizes.
A compreensão é a melhor substituta do julgamento, que tantas vezes fazemos em relação ao próximo.
Se alguém se comporta de uma maneira que não era a esperada, já estamos prontos a julgar e a condenar. Poucas vezes nos perguntamos por que agiu dessa maneira.
Se alguém nos trata de maneira ríspida e grosseira, de pronto o classificamos com os adjetivos que achamos próprios para tal situação, sem buscar compreender porque estaria agindo dessa forma.
Por vezes, atrás da atitude que nos desagrada, está escondida a sua dor, a sua dificuldade ou o seu medo. E sem querer compreender, sem nos esforçarmos para entender ao nosso próximo, apenas julgamos.
A compreensão nasce do entendimento de que nenhum de nós está isento dos erros e dos tropeços no relacionamento humano. Erramos muitas vezes por fragilidade emocional e moral. Não por maldade.
O exercício da compreensão nos fará mais felizes, ao aprendermos a olhar o próximo com a benevolência e o entendimento de quem sabe que todos estamos sujeitos a erros.
Evitemos atitudes precipitadas, palavras mal colocadas e arrependimentos futuros.
Compreendendo as limitações alheias, entendendo que todos passamos por dificuldades vez por outra, fará com que nossos relacionamentos fiquem mais leves.
Lembrar que só conseguimos oferecer ao outro aquilo que já dispomos como conquistas na nossa intimidade emocional, nos ajudará a compreender porque existem os que exigem tanto e oferecem tão pouco nos relacionamentos humanos.
Exercitemos compreensão. Não criemos expectativas falsas em relação ao próximo, desde que nos encontramos todos em aprendizado, imperfeitos ainda.
Redação do Momento Espírita.
Em 20.08.2010.
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