segunda-feira, 8 de agosto de 2016

COMO EDUCAR OS FILHOS

DIVALDO PEREIRA FRANCO
E
JOANNA DE ÂNGELIS
Narra uma antiga lenda que, certa vez, um rei chamou o homem mais sábio que conhecia para pedir conselhos. O soberano se preparava para ser pai e desejava orientações a respeito da educação de seus filhos, uma vez que sabia da importância de seu papel como progenitor na vida dos rebentos. 
-Dize-me, sábio conselheiro, tu que sempre me ajudaste nas questões mais graves na regência deste reino: como deve agir um pai para criar bons filhos? Deve agir com extrema severidade, a fim de corrigir e dominar os maus instintos, ou com absoluta benevolência - a fim de manter uma boa relação e destacar as boas tendências deles? 
Ao ouvir essas palavras, o ilustre filósofo manteve-se em silêncio, pensando, pensando... Passados alguns instantes de profunda reflexão, chamou um servo e pediu-lhe que trouxesse dois vasos valiosos de porcelana que decoravam o salão real e que ele sabia estavam entre os preferidos do rei. Pediu também um balde com água fervente e outro com água gelada, praticamente congelada. O rei estava achando aquilo muito estranho. Inclusive, começou a ficar um pouco preocupado com a movimentação das peças que eram parte do seu tesouro pessoal. Com naturalidade, o sábio ordenou a um servo: 
-Quero que enchas esses dois vasos com a água que acabas de trazer, sendo um com água fervente e o outro com água gelada! 
Preparava-se o servo obediente para despejar, como lhe fora ordenado, a água fervente num dos vasos e a gelada no outro, quando o rei, emergindo de sua estupefação, interveio no caso com energia: 
-Que loucura é essa, ó venerável sábio! Queres destruir estas obras maravilhosas? A água fervente fará, certamente, arrebentar o vaso em que for colocada. A água gelada fará partir-se o outro! 
O sábio, calmamente, então tomou de um dos baldes, misturou a água fervente com a gelada e, com a mistura assim obtida, encheu os dois vasos sem perigo algum. O poderoso monarca e os venerandos mandarins presentes, observaram, atônitos, a atitude singular do filósofo. Ele, porém, indiferente ao assombro que causava, aproximou-se do soberano e assim falou: 
-Nossos filhos, ó rei, são como o vaso de porcelana. A postura do pai é como a água. A água fervente da severidade ou a gelada da excessiva benevolência são igualmente desastrosas para a alma das crianças. Manda, pois, a sabedoria e ensina a prudência que haja um perfeito equilíbrio entre a severidade - com que se pode tolher os maus pendores, corrigir as falhas - e a generosidade, a docilidade - com que se deve tratar e cultivar as qualidades. 
 * * * 
Diante do teu filho, frágil de aparência, tem em mente que se trata de um Espírito comprometido com a retaguarda, que recomeça a experiência a penates, e que muito depende de ti. Nem o excesso de severidade para com ele, nem o acúmulo de receios injustificados, em relação a ele, ou a exagerada soma de aflição por ele. Fala-lhe de Deus sem cessar e ilumina-lhe a consciência com a flama da fé rutilante, que lhe deve lucilar no íntimo como farol de bênçãos para todas as circunstâncias. Ensina-lhe a humildade ante a grandeza da vida e o respeito a todos, como valorização preciosa das concessões Divinas. 
Redação do Momento Espírita com base em antiga lenda oriental e no cap. Deveres dos pais, do livro Leis morais da vida, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 03.04.2012.

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